Um leitor desprevenido ao ler o título «Alemanha preparada para ajudar Portugal» pensaria que a Sr.ª Merkel já estaria a abrir a gaveta do Bundesbank para mandar para cá uns trocos. Sabendo-se a disposição do eleitorado alemão em relação à irresponsabilidade financeira dos indígenas da Europa do sul, a liberalidade do governo alemão deveria ser a última coisa a esperar.
Na verdade, segundo o próprio jornal, a coisa é simplesmente trivial: o ministro das Finanças alemão Wolfgang Shaeuble acordou um encontro com Teixeira dos Santos para avaliar «o que pode ser feito de forma bilateral no que diz respeito à informação, mas também acerca de aconselhamento e assistência». No contexto das actuais relações entre a Alemanha e os protectorados do Sul, adivinha-se o que «aconselhamento» e «assistência» possam significar.
Quem já está a ajudar é o presidente Sarkozy, quando promete que a França não vai ficar na mesma situação da Grécia e Portugal, promovendo estes dois países a um modelo de alunos mal comportados (lembrar o saudoso primeiro-ministro Cavaco e o seu Portugal bem comportado). Se tivesse cóltura cinematográfica, Nicolas ter-lhes-ia dado zéro de conduite.
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