Um dos mitos da vulgata socialista é o de, apesar de há 10 anos não estarmos a convergir para a UE, quer em termos de produtividade quer de PIB per capita, temos tido alguns ganhos no nível de vida. Como Vasconcellos e Sá mostrou no seu artigo «Nível de vida caiu 10% desde 2004», publicado no Sol de 4 de Junho, tal é absolutamente falso. Em primeiro lugar porque a medida mais adequada do nível de vida não é o PIB mas o Rendimento Nacional, desde logo porque os rendimentos de capital que saem são muito superiores aos que entram, nomeadamente a componente pagamento de juros. No limite, com um PIB per capita de €16.000 e com uma dívida líquida ao exterior de 200% do PIB e uma taxa média de juro de 5%, o rendimento nacional per capita seria de apenas €14.400, se os outros fluxos se anulassem (e não anulam, porque o saldo é negativo).
Mesmo deixando cair a hipótese muito provável admitida por Vasconcellos e Sá de uma maior eficiência da máquina fiscal ter diminuído nos últimos anos o peso da economia informal entre 4 a 10%, o rendimento per capita a preços constantes de 2004 terá descido cerca de 4% de €12.055 para €11.580, conforme evidencia o quadro seguinte.
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