Depois de vários meses a tergiversar, alimentando a crescente desconfiança dos mercados, a UE apresenta uma medicina muito mais poderosa do que a necessária no princípio do ano, quando já não havia margem para dúvida sobre a gravidade da situação financeira da Grécia. Medicina poderosa, com os seus 750 mil milhões, incluindo 250 mil milhões do FMI (um sapo engolido por Sarko Boinaparte) e perigosa, com o potencial efeito multiplicador dos créditos e garantias e a perda de independência do BCE, pressionado para passar a comprar obrigações da dívida pública.
Apesar disso, o pior pode estar ainda para chegar, porque todas estas medidas não atacam a causa: vulnerabilidade duma zona monetária sem políticas fiscal e orçamental únicas. Dito de outro modo, a UE vai ser forçada a resolver o dilema de desmantelar a zona Euro, ou pelo menos expurgá-la dos PIGS, ou dar o passo seguinte de integração – um governo económico e financeiro europeu, passo nada fácil quando se comparam as visões germânica e francesa, para já não falar da britânica.
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