A semana passada o (Im)pertinências mudou o pensamento em curso para a conhecida lei de Rudin: «nas crises que forçam as pessoas a escolher entre cursos de acção alternativos, a maioria das pessoas escolherá o pior deles.» Não tínhamos em mente as soluções que o Conselho Europeu e a Comissão Europeia, ou melhor Angela Merkel, acolitada por Sarko, o napoleão que chegará a um warterloo sem nunca ter tido um austerlitz, estavam a congeminar para o problema dos crescentes riscos de falência por endividamento excessivo da Grécia, em primeira linha, e de Portugal, de Espanha e da Itália.
Em teoria e afastada a possibilidade de intervenção do Banco Central Europeu, pelo seu estatuto, as soluções possíveis seriam: a) não intervir, o obrigaria a Grécia a recorrer ao FMI e aceitar um apertado programa de austeridade de que no final resultaria o saneamento das finanças públicas gregas, o emagrecimento do estado e o surgimento de condições macroeconómicas mais sãs para sustentar uma retoma da economia; b) apoiar maciçamente a Grécia impondo condições semelhantes às do FMI, com um resultado que provavelmente ficaria a meio caminho, porque a UE não tem mecanismos, nem instituições independentes, nem know-how, nem ganas para fazer o papel do FMI; c) desdobrar-se em garantias de apoio, ninguém ainda sabe quais, nem quais as contrapartidas, que tranquilizam os mercados, baixam os spreads e os CDS e fazem o governo grego suspirar de alívio, tomar umas aspirinas e fazer umas quantas promessas que nunca cumprirá, emergindo dentro de 2 ou 3 anos em pior estado.
Ao enveredar por mais esta 3.ª via, a UE envia uma mensagem aos restantes países com problemas semelhantes à Grécia, aumenta o risco moral de mais falências e dá um tiro no pé. Pior é difícil.
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