Em quatro meses o juro das OT a 5 anos aumentou de 2,759% para 3,498% ou seja mais de 20 por cento. Isto significa que esta emissão de mil milhões de euros vai ter custo adicional durante os cinco anos de 36,95 milhões. Se a totalidade da dívida tivesse que ser refinanciada no mesmo prazo e à mesma taxa, o custo adicional em relação a Novembro do ano passado seria de praticamente 3 mil milhões de euros.
É uma visão catastrofista? De modo algum. Muito provavelmente os spreads irão aumentar ainda mais, bem como os CDS. Nem outra coisa poderia ser, face à falta de medidas efectivas para combater o défice e o aumento do endividamento – veja-se o governo a garantir que não aumenta a idade da reforma (a Alemanha, com um défice próximo dos 3%, já anunciou o aumento para 67 anos) nem sobe os impostos. Já nem se fala de reduzir a despesa corrente, coisa que o governo nunca conseguiu fazer. Resta, por isso, a contabilidade criativa e a desorçamentação, atirando para fora do OE o investimento público via PPP.
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