Percebe-se que estamos com um desemprego aflitivo. Percebe-se que para um apparatchik socialista (ou, em boa verdade, para um qualquer apparatchik) conseguir um emprego decente, ou simplesmente um emprego, agora mais do que nunca, é um objectivo difícil de realizar. Percebe-se, até, com algum esforço, que mesmo nas vacas gordas não está alcance de um apparatchik socialista nenhum emprego melhor do que o partido lhe providencia ou que ele espera lhe venha a providenciar em breve.
Percebendo tudo isso, ainda assim, não haverá ninguém no partido Socialista, para além de Henrique Neto, um homem honrado, que se distancie publicamente da «convivência com maus líderes»? Se é verdade que é possível enganar toda a gente durante algum tempo, alguns toda a vida, mas não é possível enganar todos para sempre, chegará a vez da clique de José Sócrates perder o pouco que lhe resta de credibilidade.
E não, não estou a falar de segredos de justiça, de presunções de inocência, nem de outros artefactos da engenharia jurídica. Nada disso. Estou a falar de honra. Sabeis o que é um homem honrado? Onde estão os socialistas capazes de apresentar-se ao eleitorado como uma liderança alternativa sem a trapaça colada às vestes e isenta das suspeitas que contaminam o governo e a actual direcção do PS?
Não venham dizer-nos depois que não sabiam de nada.
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