Num país onde o bastonário dos médicos aceita com a maior naturalidade exercer um cargo de administração num fornecedor da Ordem, e, diga-se por amor à verdade, o escândalo não foi por ter aceite o cargo mas por ter aceite as mordomias inerentes ao cargo, não espanta que entre dois advogados do mesmo escritório um represente os vencedores de concursos públicos para a abertura de farmácias em hospitais públicos e outro a faça a assessoria ao ministério da Saúde.
O que espanta é o doutor Júdice, um dos advogados do regime com mais conflitos de interesses na sua sociedade num ano do que os pobres coitados em toda a vida, tenha filosofado a propósito «os advogados são como a mulher de César, não basta serem sérios, têm que parecê-lo».
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