Secção Assaults of thoughts
Surpreendentemente, pelo menos para quem está habituado a governos especializados em apresentar o fim da crise todos os meses e a convencer-nos do seu poder miraculoso para promover o crescimento económico, a ministra das Finanças francesa, Christine Lagarde, manifestou-se muito surpreendida com o aumento de 0,3% do PIB em relação ao 1.º trimestre, como quem se interroga que é que nós fizemos para merecer isto? Segundo o Wall Street Journal, essa insólita humildade fica a dever-se às décadas que Madame Lagarde trabalhou no sector privado, que lhe proporcionaram uma visão privilegiada sobre o funcionamento da economia, em relação às criaturas que fizeram a sua vida nos jotas ou nas torres de marfim universitárias ou, in extremis, terminando licenciaturas em agitados fins-de-semana.
Para usar as palavras do WSJ, «at a time when politicians around the world are desperate for any sign of a turnaround, it's refreshing to hear the minister responsible for France's economy speak the truth about growth. It is the product of literally millions of decisions made by millions of people about what to produce, buy and sell. Politicians can influence all that decision making, especially by increasing or decreasing the incentives to produce, work and innovate. But they can't control today's multi-trillion-dollar economies, no matter how much they'd like to take credit for doing so when things start looking better.»
Aqui ficam 3 afonsos para Madame Lagarde por perceber que «a economia depende dos dez milhões de portugueses (ou dos 65 milhões de franceses) e não dos duzentos palhaços que vão à televisão falar de economia», como um dia disse João César das Neves.
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