A ministra da Saúde alemã, a social-democrata Ulla Schmidt foi passar as férias a Espanha. Viajou de avião, mas mandou o motorista percorrer 2.500 km com o seu Mercedes S blindado até Alicante. Por azar, a viatura foi roubada e o conhecimento do abuso tornou-se público. A ministra justificou a necessidade do carro para um encontro com emigrantes alemães.
Qualquer político português faria exactamente o mesmo e, se apanhado, inventaria uma desculpa ainda mais esfarrapada. Então? Onde está a alegada diferença? Está no facto de, tratando-se de um escândalo doméstico, o governo, o partido e a ministra de serviço passariam com a mais olímpica indiferença pelo caso, um ou dois jornais e a TVI (na 6.ª Feira seguinte) dariam uma importância moderada ao caso, ao qual os blogonautas do costume dedicariam umas dezenas de posts indignados e assunto encerrado.
Tratando-se de um caso alemão, o SPD começou por desvalorizar a questão, mas dias depois sentiu-se obrigado a excluira participação de Ulla Schmidt do governo-sombra e retirá-la da campanha para as eleições de Setembro. Quanto à sua reputação está arruinada, diz-se.
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