Não seria preciso os rapazes do ISCTE terem torturado as suas meninges e construírem o Índice de Consciência Reforma (ICR). Todos nós já sabíamos o que os portugueses pensam do futuro (a Deus pertence) e o que esperam do Estado (tudo), em particular o que esperam em matéria de pensões de reforma (que custem pouco, cheguem cedo e com suficiência). Já que os rapazes fizeram o estudo, infelizmente pouco frequente entre nós, praticantes do palpite, convém dar-lhe alguma utilidade.
A primeira conclusão é que numa escala de 0 a 100 o bendito ICR apresentou um valor médio na amostra de 10,4, e um máximo de 53,1 pontos percentuais. Registe-se que entre os 1.000-mil-1.000 inquiridos o melhor classificado, se este fosse um exame do secundário, teria passado à tangente.
É também extraordinário que, apesar de só 26% dos inquiridos confiar no sistema de segurança social, 72,5% conta com ele. Os 58,8% que também contam com o apoio da família esquecem que 72,5% das respectivas famílias está a contar com o sistema de segurança social.
Como se escreve no estudo, é «uma estratégia para a vida» ou, se preferirem, como se titula no DE «70% dos portugueses espera depender do Estado»
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