«A propaganda hábil tem o poder de moldar (as mentes das pessoas) como queira e nem os mais inteligentes e independentes conseguem escapar por completo a essa influência se estiverem muito tempo isolados das outras fontes de informação.
As consequências morais da propaganda totalitária que teremos agora de considerar são, contudo, de um género ainda mais profundo. Destroem toda a moral porque minam os fundamentos de toda a moral, a noção de verdade e o respeito por ela. Pela própria natureza da sua tarefa, a propaganda totalitária não se pode restringir a valores, a questões de opinião e de convicções morais a que todos os indivíduos mais ou menos quase sempre se conformam, às ideias que regem a sua comunidade, mas tem de se estender às questões de facto, em que a inteligência humana está envolvida de uma forma diferente. E isto, em primeiro lugar, porque para levar as pessoas a aceitar os valores oficiais, estes têm de ser justificados. Ou tem de se demonstrar que estão relacionados com os valores porque as pessoas já se regem; segundo, porque a distinção entre fins e meios, entre o objectivo visado e as medidas tomadas para o alcançar, nunca é tão rigorosa e definida como uma discussão genérica destes problemas possa dar a entender; e porque, por isso, as pessoas têm de ser levadas a concordar não apenas com os objectivos últimos, mas também com as opiniões sobre os factos e as possibilidades em que se essas medidas se baseiam.»
[F. Hayek, O caminho para a servidão]
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