Face ao panorama do endividamento aqui descrito pelo Impertinente, é de esperar que o rating da República se vá degradando sucessivamente. Não é por isso surpreendente que a Standard & Poors tenha anunciado que colocou em vigilância com implicações negativas o rating de longo prazo da dívida pública significando que haverá proximamente uma degradação do rating (actualmente AA-) com as esperadas consequências no aumento do spread.
Igualmente em vigilância com implicações negativas foi colocado o rating de longo prazo da dívida da Caixa, por ser detida na totalidade pelo Estado português.
Imagine-se qual seria o rating das empresas públicas não financeiras, que segundo o Tribunal de Contas têm uma dívida total superior a 17 mil milhões, o que corresponde a cerca de 15% da dívida directa do Estado.
Para se estimar o endividamento total do Estado português é necessário adicionar a dívida das empresas públicas sem omitir as responsabilidades do Estado actuais e futuras por pensões, quer do regime geral (Segurança Social) quer da função pública (CGA). Estas responsabilidades, se quantificadas (deverão corresponder a vários múltiplos do PIB anual), demonstrariam a falência do estado social.
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