Secção George Orwell
A doutora Teodora Cardoso defendeu numa intervenção na IV Conferencia Anual da Ordem dos Economistas que «vai ser necessário obrigar os bancos a fazerem aquilo para que servem», querendo com isto sugerir que o governo deve obrigar os bancos a emprestarem dinheiro.
É uma excelente ideia porque os bancos tem o péssimo habito de ficar sentados em cima do dinheiro conseguido com um funding suado que lhes custa os olhos da cara, esmifrado aos clientes pelos seus depósitos, aos outros bancos no mercado monetário interbancário e ao BCE, sem saberem o que fazer com ele e, nomeadamente, não querendo emprestá-lo a ninguém.
É uma ideia tão boa que deveria ser aplicada a todos os sectores. Por exemplo, no imobiliário, obrigando os promotores a vender as centenas de milhar de casas estacionadas nos seus portfolios, ou, melhor, obrigando os potenciais compradores a comprá-las com o dinheiro que os bancos seriam obrigados a emprestar-lhes. Ou no sector automóvel, obrigando a choldra a comprar carros aos concessionários, que egoisticamente os têm armazenados só para eles, com dinheiro proveniente da mesma fonte.
Por tão boa ideia, equivalente à do visconde e escritor que um dia abençoou a divina providência por fazer passar os rios pelo meio das cidades, merece a doutora Teodora o pleno (cinco) dos chateaubriands.
(Reparo agora que as minhas ideias são ainda melhores do que as da doutora Teodora, pelo que me auto-atribuo 3 ignóbeis)
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