A totalidade dos planos de recuperação dos sistemas bancários europeus já não são apenas «mil milhões de euros, isto é o dobro dos 700 mil milhões de dólares do plano Paulsen». Segundo a última contagem, só na zona euro, a coisa já vai em 1,9 mil milhões de euros, isto é mais 2,5 mil milhões de dólares ou 3,6 vezes o plano Paulsen. Fora da zona euro, há que adicionar, entre muitas outras coisas, 50 mil milhões de libras que o governo atribuiu aos reforços de capital dos bancos britânicos.
Que dizer, por exemplo, duma Alemanha cujos bancos, segundo o governo, seriam à prova de crise, o mesmo governo que entretanto já abriu os cordões à bolsa para dar garantias de 400 mil milhões e reforçar o capital dos bancos com 80 mil milhões? E, já agora, que dizer da invejável saúde dos bancos portugueses nas palavrinhas mansas do ministro das Finanças e do coro de banqueiros que foram ao Prós e Contras, saúde que precisou duma vitamina de 20 mil milhões de euros de garantias?
Não ponho em causa, diferentemente do liberalismo lunático, a necessidade destas medidas (ou de algumas delas) e de outras medidas (como fazer a cobrança aos banqueiros e aos accionistas) necessárias para restaurar a confiança e impedir a propagação da crise. Aponto o dedo para a perigosa mistura de ignorância, irresponsabilidade e duplicidade que a maioria dos governos europeus demonstrou possuir abundantemente.
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