Quando li no Jornal de Negócios «a despesa do Estado com pessoal vai diminuir em mais de 12%, de acordo com o Orçamento do Estado para 2009. Esta redução surge numa altura em que foram anunciados aumentos salariais de 2,9%» preparei-me mentalmente para sofrer maninfestações de protesto, greves e toda a tumultuária associada ao despedimento de 15% do utentes da vaca marsupial pública, única medida que me ocorreu para tornar possível este milagre.
Na frase seguinte estava a explicação do milagre: «o ministro das Finanças justifica a diminuição da despesa com a redução de funcionários públicos e alterações contabilísticas».
Suspirei aliviado. Afinal com alterações contabilísticas poderíamos resolver quase todos os problemas do estado napoleónico-estalinista, como por exemplo o défice do OE, o desequilíbrio da balança comercial, a magreza da taxa de crescimento do PIB, etc. Até poderíamos aumentar a solvência dos bancos melhorando o activo, suprimindo o mark-to-market, ou o passivo, aliviando as provisões, ou ambos. Abre-se um mundo de possibilidades criativas quase sem limites a um governo imaginativo como o do senhor engenheiro.
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