Face ao processo eleitoral e ao modo como as eleições decorreram em Angola, o silêncio do governo seria uma reacção pragmática face aos direitos adquiridos da clique do MPLA na economia portuguesa. Ainda seria aceitável, e mostraria um mínimo de decência, um comunicado com o primeiro parágrafo igual a este.
Escrever que «estas eleições permitiram a livre expressão das preferências da população angolana» ou regozijar-se «pelo facto [de] constituírem uma aposta firme e decidida na consolidação da democracia em Angola» é claramente um acto supérfluo de sabujice. Ao fazê-lo, poderia dizer-se, parafraseando Clausewitz, o governo tratou a política como a continuação da economia por outros meios, colocando-se numa posição simétrica da clique do MPLA que trata a economia como a continuação da política por outros meios.
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