Quando li o comunicado do governo que anuncia o Magalhães, «primeiro computador portátil com acesso à Internet montado em Portugal», que não é primeiro computador portátil com acesso à Internet montado em Portugal, equipado com o «último processador da Intel», que não é o último processador da Intel, que tem seu «lançamento mundial» aqui no burgo, lançamento que já teve lugar em 2006, Intel que escolheu Portugal, que afinal foi quem escolheu a Intel, Intel que terá uma fábrica em Portugal segundo o governo, que nunca existirá, segundo a Intel, quando li o comunicado, dizia eu, pensei que seria um insulto à inteligência.
Um insulto à inteligência, em primeiro lugar dos jornalistas, que exporiam facilmente a construção ficcional do governo. Em segundo lugar dos cidadãos, ou dos eleitores, ou dos contribuintes (ou dos sujeitos passivos, como lhes chama o Impertinente). Passados 4 dias e lidos uma dúzia de jornais, posso garantir, sem sombra de dúvidas, que o e.escolinha (nome certamente escolhido por um daqueles spin doctors que não conseguiram chegar a criativos duma agência) não é um insulto à inteligência dos jornalistas.
Vou esperar o fim da silly season para me pronunciar sobre o alegado (por mim) insulto à inteligência dos sujeitos passivos.
[Diversos blogonautas trataram o tema. Em particular, realço o blasfemo Gabriel Silva que escreveu no post Acéfalos o que havia para escrever]
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