30/08/2008

BLOGARIDADES: É preciso ter cuidado com estas verdades.

A propósito do divórcio, escreveu Pedro Arroja no Portugal Contemporâneo «a verdade de forma razoavelmente aproximada» sobre este tema, desperdiçando assim uns minutos dos seus 8.000 dias de esperança de vida. Termina dando-nos conta da «grande dificuldade em compreender como pessoas que nunca criaram uma família, ou que foram incompetentes para criar uma família ou para manter um casamento, como é público acerca do primeiro-ministro português, ousam alterar as leis que regulam a família e o casamento».

Eu, que já sou avô há anos, se viver até à idade em que viveu o meu pai, ainda me restam uns 11.000 dias de vida. Posso, assim, desperdiçar mais levianamente algum do tempo que me resta e especular sobre o que seria se a dificuldade de compreensão de Pedro Arroja se estendesse a todos os domínios em que o primeiro-ministro e os seus ministros nunca criaram nada ou foram incapazes de manter o que criaram. Deveríamos pedir-lhes que se abstivessem de alterar as leis que regulam a multidão de coisas nesses seus vastíssimos domínios de incompetência? Por exemplo, devemos pedir ao engenheiro Sócrates que se limitasse a legislar sobre a lei dos partidos, o regulamento da assembleia da República e coisas assim (por razões que não tenho tempo para explicar não incluo na lista o ambiente)? Ou deveríamos ter pedido ao doutor Cavaco que nos seus 10 anos de governo se limitasse a alterar as leis sobre a família e o casamento, o estatuto do Banco de Portugal, a lei das Finanças Locais e sobre algumas outras áreas onde devemos reconhecer-lhe o mínimo de competência?

Aqui fica, pois, mais uma «verdade de forma razoavelmente aproximada. Quem quiser compra, quem não quiser não compra. E não há mais conversa

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