Estória
Após 3 anos de governação do engenheiro Sócrates, tudo corria pelo melhor. A economia prosperava, as liberdades ampliavam-se, as reformas da administração pública chegavam a bom termo, o défice reduzia-se sem que fosse necessário reduzir a despesa pública, o governo anunciava um pacote de grandiosas obras que fariam a inveja da Óropa, a inducação melhorava sem que fosse necessário estressar as tenras meninges dos infantes, a saúde não piorava apesar de se gastar mais dinheiro com ela, as pilhas de processos nos tribunais já não incomodavam ninguém.
Corria. Já não corre. «A nossa economia vai passar por um abrandamento, como todas as economias europeias» e nós vamos passar por «dificuldades sérias» profetizou ontem na RTP o senhor engenheiro, antecipando com a sua clarividência, coragem e frontalidade aquilo que a maioria, acreditando nas balelas do governo até à semana passada, não conseguiria antecipar, imaginando ainda viver naquele oásis que já tinha sido dum ministro das finanças do professor Cavaco e foi depois trespassado para o ministro da economia do senhor engenheiro. O senhor engenheiro não explicou se o abrandamento e as dificuldades sérias que mencionou serão iguais ou parecidas com as dos últimos 8 anos, 3 dos quais sob o seu governo.
Moral
É possível enganar todos durante algum tempo. É possível enganar alguns sempre. Não é possível enganar todos sempre.
A ver vamos, disse o cego.
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