Só distraídos poderiam esperar que algum dos três candidatos com hipóteses nas directas do PSD poderia seria outra coisa do que mais dum mesmo - um mesmo que é o mesmo de sempre com os retoques idiossincráticos dos candidatos e as pequenas diferenças que separam os seus correligionários.
O doutor Santana Lopes seria igual a si próprio e já nos mostrou suficientemente o seu self durante 30 anos. Talvez tivesse algumas ideias que exporia com reconhecida eloquência, mas provavelmente as suas ideias menos más não seriam novas e as suas ideias novas não seriam boas. O seu PPD/PSD já deu o que tinha a dar, ainda que o próprio Santana Lopes tenha virtualidades de nos animar durante mais uns 20 ou 30 anos.
O doutor Passos Coelho rapidamente deixaria cair as suas veleidades liberalizantes para ficar prisioneiro da realidade que é a do aparelho do PSD que apostou nele e a que ele próprio pertence há mais de 20 anos. Aparelho que se sustenta da ocupação do estado que tenta parasitar com a mesma gula vampírica de sempre.
A ideia mais elaborada que a doutora Ferreira Leite tem para governar o país, se lhe derem a oportunidade (um se de tamanho XL), é a reedição do cavaquismo com 20 anos de atraso, agora matizado com umas preocupações sociais. Recorde-se que o cavaquismo durante 10 anos compôs os cacos do estado que recebeu do Bloco Central e criou as fundações para o monstro voraz que hoje consome metade da riqueza produzida pelo país.
No final 4 anos de socratismo durante os quais o governo dissipou ingloriamente todo o crédito de que dispôs para fazer as reformas indispensáveis para o país sair do limbo, ficará o ressentimento de interesses ameaçados, mas nunca postos em causa, e de desigualdades sociais arbitrárias e inúteis de que não resultou maior competitividade. É este o país doente que espera a doutora Ferreira Leite e não se vê que as suas medicinas possam curá-lo.
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