03/05/2008

CASE STUDY: a realidade raramente se conforma com o dogma do politicamente correcto

A esquerdalhada em geral, e em particular as seitas do politicamente correcto e dos movimentos Elbêgêtê, têm cada um per se e todos no conjunto a capacidade de ocupar os mídia ou pelo menos servirem-se deles como suas câmaras de eco. Daí a lenda da vulgata gay, raramente posta em causa, do peso crescente que a comunidade gay teria na sociedade. Até um semanário que se leva a sério, como o Expresso, publicou nos finais de 2005 um encomiástico artigo com o título «Um milhão de portugueses são homossexuais» (aqui citado).

Acontece que os factos conhecidos não parecem confirmar as estatísticas de causas propaladas pelo jornalismo de causas. É o caso do Inquérito Saúde e Sexualidade (2007) do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, citado pelo Público, que abrange uma amostra substancialmente superior à dimensão habitual neste tipo de estudos (3.643 entrevistas, contra 1.980 indivíduos na sondagem citada pelo Expresso).

Segundo o inquérito, apenas 3,7% dos homens e 3,9% das mulheres se definia como homo, bi ou «outra» (sexo com animais?). Percentagens que pouco diferiam dos que confessaram ter tido relações homo no último ano: 3% dos homens e 3,4% das mulheres. Sendo conhecidas as práticas sexuais standard nestes grupos, se a pergunta se referisse às relações homo nos últimos 5 anos as percentagens não deveriam diferir significativamente.

O pior está para vir: 78,4% dos homens e 63,6% desaprovam as relações homossexuais. Uma das autoras do inquérito, a doutora Sofia Aboim, extrai daí a conclusão abusiva que «Portugal ainda é um país homofóbico», fazendo equivaler o juízo moral sobre a homossexualidade à vontade da sua proibição, à boa maneira das milícias do politicamente correcto que mal disfarçam o desejo de proibir as opiniões heréticas.

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