Secção Óbvio Ululante
«"Os governos PSD/PP nada mudaram em relação aos anteriores governos de Guterres” e mostraram “total incapacidade de fazer a reforma da Administração Pública, que nem sequer foi enunciada”. “Estes senhores [o actual Governo do PS] pelo menos enunciaram-na». O que se fez foi “contabilidade criativa” e “martelar os défices”. ... a situação do País “não se transforma com a visão contabilística”.»
É difícil não estar de acordo com o que disse ontem o engenheiro Mira Amaral, numa sessão de promoção da candidatura do doutor Passos Coelho, com um atraso de meia dúzia de anos, a respeito do papel da doutora Manuela Ferreira Leite como superministra do governo do doutor José Barroso.
É ainda mais difícil não estar de acordo, em princípio, com o candidato quando disse «para mudar Portugal, não é preciso andar rodeado de amigos, “basta escolher os melhores”». Em princípio, sublinho em princípio, porque no fim a coisa é bem mais complicada. É preciso saber se o eleitorado, composto por sujeitos passivos, membros do partido do estado, funcionários públicos, aposentados, e outros, pretende mudar Portugal. É também conveniente saber se os melhores estão disponíveis para ser escolhidos pelos medíocres.
Na dúvida, atribuo 3 chateaubriands ao engenheiro Miral Amaral pelo atraso e dois afonsos (à consignação) ao doutor Passos Coelho pelo pensamento arrojado.
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