Duas páginas dedicadas ao lóbis-homem doutor Abel Pinheiro, com uma chamada à 1.ª página com um título que anuncia revelações comprometedoras: «Dei mil contos a Pacheco Pereira».
Na página 3 repete-se o título, mas tudo o que se encontra numa mancha que ocupa mais de 1/3 do broadsheet (ou será broadshit?) são referências ao doutor Fernando Rosas, «amigo de infância», ao «impoluto» doutor Louça, e a um almoço com o «rapaz» Pacheco Pereira «candidato à Câmara de Loures», que foi acompanhado pelo doutor Júdice, e a quem o benemérito doutor Pinheiro deu «mil contos para a campanha e ele (Pacheco Pereira), em Loures, nunca pôs os pés». Termina com um «há coisas que me enojam», revelando um insuspeitado estômago delicado.
Mesmo dando o prejuízo da dúvida a Pacheco Pereira, cujo passado suporta bem mais do que o benefício, toda esta armação evidencia, para quem não ande distraído, mais do que o expediente habitual de botar a trampa na ventoinha, típico dos apanhados na situação do doutor Pinheiro.
O que terá feito Pacheco Pereira aos jornalistas de causas do Expresso para ter o seu aparente ódio de estimação?
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