Se são fiéis à realidade os ecos que me chegam de professores, o programa Novas Oportunidades será pouco mais do que um pretexto para oferecer um diploma a quem pelos meios normais não o conseguiu. Dizem-me que os critérios de avaliação, já de si frouxos, são adaptados ao nível de conhecimento dos candidatos garantindo a aprovação e a obtenção do diploma. Até em relação à assiduidade o relaxo é escandaloso, dizem-me.
Por muito que isso ajude a compor as estatísticas de aproveitamento escolar, principalmente a reduzir artificialmente as taxas de abandono, o resultado final destas panaceias é inexoravelmente desacreditar ainda mais o sistema público de instrução (concordo com o Impertinente que se trata de instrução e não de educação) e reduzir o valor dos diplomas como indicador de competências no mercado de trabalho. Contudo, a pior consequência é reduzir a mobilidade social ao condenar à iliteracia as classes média e baixa incapazes de competir nos mercados de trabalho com o esperma sortudo.
Veja-se o seguinte exemplo da degradação da instrução pública (das velhas oportunidades, porque nas novas as coisas só podem piorar).
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