Ainda a cadeira de Alan Greenspan no FED não tinha arrefecido, já o venerando ex-presidente tinha esquecido o mumble jumble com que no passado descrevia as suas profecias sobre a evolução dos fundamentais. Passado o testemunho a Bernard Bernanke, o tio Alan adopta um discurso mais inteligível e subrepticiamente crítico da condução da política monetária pelo seu sucessor, que faz, mais ou menos, o que ele faria nas mesmas circunstâncias. Agora, para combater a crise do subprime, lembrou-se de prescrever a ajuda do governo aos proprietários em riscos de execução hipotecária, em alternativa a intervir sobre as regras dos empréstimos, como parece ser a tendência do seu sucessor. Entre as duas, vá o diabo e escolha.
No que parece haver consenso, é na injecção de liquidez que os bancos centrais estão a fazer no sistema financeiro, desde o FED (20 mil milhões de dólares, ontem) ao BCE (348 mil milhões de euros, hoje), passando pelo Banco de Inglaterra (11 mil milhões de libras, hoje). O resultado não está a ser nem poderá ser brilhante: mais inflação já, menos crescimento a prazo. Já se fala de estagflação, outra vez.
Faz lembrar o que o Economist escreveu sobre o hotchpot que é o pensamento de Gordon Brown sobre o estado: «a state that creates risks by trying too hard to eliminate them.»
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