A caminho do 3.º ano do mandato, cada vez restam menos dúvidas não estar a resultar a medicina administrada pelo governo à economia para tratar uma maleita que, em tese, não lhe diria respeito (a não ser pelo facto excruciante de ser responsável por torrar metade do PIB). A produtividade por trabalhador, das mais baixas da EU, ao crescer o ano passado a 1/3 da taxa média da UE, reduziu ainda mais a competitividade da economia portuguesa.
Se no domínio da economia o governo tem falhado os seus próprios objectivos, ainda poderia haver a esperança que a batalha da engenharia das almas tivesse a ser melhor sucedida, como parecem mostrar os índices de aprovação do governo. Contudo, estes índices não traduzem possivelmente a devoção do povo pelo governo, mas tão somente a desistência - talvez fundada - de procurar uma invisível alternativa melhor em 2009. E ainda traduzem menos a fé na «retoma» que o governo tenta injectar nas torturadas meninges dos sujeitos passivos, com as suas legiões de spin doctors e a escandalosa cumplicidade do jornalismo de causas (incluindo uma vasta porção dos conformados com o mal menor). Dúvidas? Veja-se a trajectória do indicador de confiança dos consumidores ao registar em Outubro o valor mais baixo desde Março do ano passado.
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