Imaginemos um país onde os mercados de capitais funcionassem normalmente, digamos. Supunhamos que uma das empresas com maior capitalização bolsista estivesse cotada há 7 anos acima dos 5,40, e captado aos accionistas milhões de euros em diversos aumentos de capital, e quatro anos depois estivesse cotada a pouco mais de 1,90. Decorrido outros três anos, ainda vacila na região dos 3,30.
Consegue-se imaginar que esse país venere como o maior gestor financeiro do planeta uma criatura que liderou essa empresa destruindo 2/3 do valor detido pelos seus accionistas nos quatro anos de 2000 a 2004?
Consegue-se imaginar que esse gestor seja apoiado por fracção significativa dos accionistas a quem destruiu valor para continuar a decidir os destinos dessa mesma empresa?
Consegue-se, se souber que esse país é Portugal, que a empresa é o Millenium bcp e que uma parte significativa dos accionistas são clientes do banco e lhe devem dinheiro (com parte do qual aliás compraram as suas accções), e que parecem dispostos a apoiar o do engenheiro Jardim Gonçalves na sua entronização vitalícia na liderança do Millenium bcp, ainda que por interposto procurador.
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