11/08/2007

ESTADO DE SÍTIO: separados à nascença

Não sei se o que me chamou a atenção foi a foto (na página 14 do Confidencial) dos dois lustrosos figurões, quais gémeos separados à nascença, encenando um almoço no «Terreiro do Paço». Também poderia ter sido a citação destacada do gémeo doutor Bernardo Trindade, secretário de estado do Turismo, congratulando-se pelo «belíssimo ambiente entre governo e iniciativa privada», iniciativa ali à mesa protagonizada pelo outro gémeo, doutor Miguel Rugeroni, administrador da Espírito Santo Turismo.

Os dois gémeos partilham não apenas o look lustroso, as fatiotas cinzentas do mesmo alfaiate, os grizalhos, a bem-falância, mas também o mesmo patrão - o grupo Espírito Santo, apesar do primeiro estar temporariamente afastado do banco do mesmo grupo de que é director.

Partilhando ambos o optimismo em relação ao resultado do conúbio entre governo e iniciativa privada, o doutor Rugeroni, não muito confiante na noiva, faz um apelo ao noivo à altura do melhor da política salazarista do condicionamento industrial. Preocupado com os efeitos perversos do excesso (acha ele) de oferta já existente e com a anunciada pletora de novos projectos turísticos, o homem dos Espíritos sugere «alvarás», naturalmente administrados com parcimónia pelo noivo. Para que não haja confusões e para marcar a sua diferença, o homem dos Espíritos esclarece que «não seria um sistema de quotizações».

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