Um dos desportos favoritos dos portugueses é o massajar masturbativo do ego com a suposta admiração que a estranja nos dedica, boquiaberta com os nossos feitos. Se quisermos ser honestos, devemos reconhecer que a estranja não liga peva ao que fazemos e, quando liga, é para nos denegrir. Uma vez ou outra injustamente (devido à falta de credibilidade), como recentemente, quando os média britânicos vituperaram os polícias portugueses a propósito da suposta incompetência na investigação do rapto da menina inglesa.
«No trabalho, os portugueses não se valorizam entre si. Para arranjar emprego conta mais por quem se é recomendado do que o currículo ou a experiência que alguém possa ter e, para subir de posição, pesam mais a influência dos amigos e as relações de simpatia do que a competência ou a visão profissional da pessoa. Portugal ainda tem a mentalidade dos 'jobs for the boys'. Nestas culturas é natural que as pessoas não dêem o seu melhor porque não vêem o seu trabalho valorizado. E isso não traz felicidade» disse à Única, há duas semanas, Eva Henningsen, uma dinamarquesa que por cá vive e que parece conhecer bem a alma nacional.
Segundo ela os portugueses são infelizes devido ao «nepotismo enraizado na família, no trabalho e nas autoridades. ... São um povo muito simpático e caloroso, mas têm uma mentalidade de controlo que persiste. Houve uma grande revolução política (25 de Abril), mas o impulso de vigiar e controlar os outros mantém-se e isso tolhe a felicidade das pessoas porque lhes limita a liberdade de acção e de expressão. Portugal é um país católico ainda muito preso a convenções sociais do passado. Na Dinamarca as pessoas têm, mesmo, liberdade para serem o que quiserem desde que não violem a lei.»
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