Não se pode dizer que o PSD tenha o exclusivo, nem talvez que seja o mais useiro do expediente, mas nele reincide com o maior desfaçatez. Até ao doutor Marques Mendes parece não lhe ter ocorrido que nomear um candidato para uma câmara que é presidente de outra é uma maior ofensa aos eleitores que nomear um ministro que é presidente duma câmara.
Que tal ínvio processo possa ter escapado ao escrutínio duma mente que se pretende mostrar acima da falta de escrúpulo que contamina a classe política, ou que tal processo lhe possa ter parecido normal, é, por si só, um indicador do ponto de degradação a que chegou o regime.
Dir-se-à que coisa morreu na praia. Pois morreu, mas apenas porque o indigitado doutor Seara «por questões pessoais, (entendeu) que não tinha condições». Se ao menos tivesse recusado candidatar-se a um lugar porque já o ocupa noutra câmara.
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