26/04/2007

O IMPERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES: a homenagem arrojada

A minha homenagem a Pedro Arroja não foi bem recebida por vários leitores/detractores do Impertinências. Não percebo porquê. Passo a explicar, usando as palavras de algumas das minhas respostas por email.

Apesar de aceitar, com os detractores, que o grau de desconformidade do Arroja possa já para além do ponto de não retorno à sanidade, a verdade é que simpatizo, em graus variáveis, com quase todos os minoritários e Pedro Arroja não é excepção - numa determinada altura todos os agentes de mudança são minoritários. Isso não significa que estivesse disposto a aturá-lo.

Não estaria disposto a aturá-lo, por exemplo, e sobretudo, no que respeita à sua versão papista de anti-semitismo, que o Santo Ofício in illo tempore ou um fanático do Islão, nos dias que correm, poderiam subscrever, mas difícil de compreender num sujeito ilustrado confessadamente liberal.

Quanto à jóia e à patroa (e à dona) vejo a coisa como uma boutade em que o convencionalismo minoritário do Arroja contrasta com o convencionalismo maioritário politicamente correcto. Há 30 anos seria repulsivo, hoje serve como reagente para realçar o mimetismo feminista aos paradigmas do macho - coisa que classificaria como um grande sucesso na colonização do ideário feminista pelo machismo mais serôdio.

Seja como, ao escrever aquelas barbaridades, o Arroja tocou numa questão muito interessante, quase sempre olhada com os olhos do preconceito: o papel tradicional da mulher na família, que está mudança, numa sociedade portuguesa profundamente feminina, como mostram os estudos do Hofstede que tenho citado em vários posts desde já 3 anos (e que Arroja também citou recentemente).

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