05/03/2007

CASE STUDY: somos todos franceses

Com a proibição de fumar nas instalações das empresas francesas desde 1 de Fevereiro, levantou-se uma nova questão que tem virtualidades de incendiar a França. Uma vez que os fumadores vão ter que fazer umas pausas para matar o vício na rua, devem essas pausas ser ou não contadas para efeito do cumprimento das 35 horas por semana?

Questão irrelevante? Talvez noutras paragens. Em França o tribunal da relação de Paris já fez doutrina no que respeita a contar como horário de trabalho os minutos que o pessoal da Euro Disney gasta entre os vestiários e o local de trabalho no parque. Em 2005 os caminhos de ferro franceses negociaram com os sindicatos a concessão de um feriado público contra 1m 52s de trabalho extra por dia.

Em alternativa a darem as suas passas na rua, os trabalhadores franceses poderão fazê-lo nos fumoirs nas instalações das empresas, que não poderão ter mais de 35m2, não podendo o pessoal de limpeza entrar nos fumoirs antes de decorrida 1 h depois do último viciado ter saído.

Extraordinário? Nem por isso. Afinal estamos a falar dum país onde a maior ambição da esmagadora maioria dos jovens é serem funcionários públicos.

Est que c'est bizarre? Pas du tout. C'est la France. Voilà.

(Estas e outras estórias tipicamente gaulesas podem ser lidas neste Economist já velhinho)

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