Confesso que não me dei ao trabalho de verificar como o Gabinete de Estratégia e Estudos do ministério da Economia e Inovação inovou os números do desemprego das Estatísticas de Emprego do INE (disponível com registo), a que fiz referência a semana passada neste post. Seja como for, o GEE deu matéria-prima ao jornalismo de causas para fabricar um artigo que ocupa metade da broadsheet n.º 3 (ou será broadshit?) com uma chamada na 1.ª página do Caderno de Causas de Economia do Expresso.
No ponto em que as coisas estão, não me escandaliza muito a manipulação das estatísticas ao serviço de causas. É afinal uma das poucas áreas de competência dos governos socialistas (um pouco mais do que dos outros, reconheça-se). Também me escandaliza pouco o serviço que o jornalismo de causas costuma prestar ao governo do senhor engenheiro a fabricar artigos sobre as estatísticas fabricadas pelo governo. Mas tudo tem um limite. Até a lisonja, que enjoa se for em excesso, como o açúcar.
Enjoa e soa a falso. Como o artigo defunto encimado pela foto do ministro da encomenda, com ar cansado, depois da laboriosa criação de 52.801 empregos, mas irradiando optimismo, e ladeado pelo senhor engenheiro procurando no bolso a caneta para conferir as contas do milagre.
PS:
Note-se a utilíssima informação posicional sobre o doutor Pinho - «à esquerda de José Sócrates».
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