01/07/2006

DIÁRIO DE BORDO: perscrutar a alma dos patrícios à procura do lugar do outro

O que levará um número considerável de portuguesas e portugueses, desde o povo incólto até às luminárias, a sofrer do síndroma do treinador de bancada (STB), a remoer azedume contra mister Scolari? Porque não sei quê, dizem, que deviam lá estar uns que não estão (o Quaresma, o garboso Baía et alia), e não sei que mais, que não deviam lá estar outros que lá estão (os cansados Costinha e Figo et alia), que com aqueles maravilhosos rapazes até um treinador coxo chegava aos quartos de final, para não dizer à final, que o homem é um bruto, que não aceita palpites, que ganha de mais, que os jornalistas se acagaçam de lhe fazer perguntas (*).

Desde quando os misters portugueses da selecção, incluindo aquele mister que fazia os jogadores passar fome de bola, ou aquele outro que pendurava alhos no balneário, não chegam onde o mister Scolari chegou no campeonato da Óropa e no do mundo? Há uns quarenta anos, ao que parece.

Sendo assim porque é que os misters de bancada andam a puir as calças na dita e a fazer o lugar do outro, em vez de darem corda aos sapatos e fazer pelas suas vidinhas?

(*) Isto é verdade. Porém, não significa nada: eles acagaçam-se com tanta coisa.

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