Como pode o ministro Teixeira dos Santos ufanar-se com as contas de 2005 em que as despesas da administração pública foram superiores em 1.331,4 milhões ao estimado pelo doutor Vítor Constâncio, que as tinha estimado com o pressuposto de não serem tomadas medidas de consolidação. Que medidas de consolidação foram essas que aumentaram em mil e trezentos milhões de euros a despesa sem consolidação?
Como pôde o ministro Vieira da Silva ter apresentado um relatório sobre a sustentabilidade da Segurança Social onde se diagnostica que ceteris paribus o sistema entra em desequilíbrio financeiro em 2014, depois de ter sido ministro dum governo em que o 1.º ministro garantiu, após mais uma reforma do sistema, que teríamos garantidas as pensões para os próximos 100 anos (remember?).
Se a economia não se impressiona, quem parece impressionar-se com demasiada facilidade é o presidente da CIP, que acha «fantástica» uma reforma da administração pública em que «o único sacrifício que provavelmente vai pedir aos funcionários públicos é o da mobilidade». Quererá o engenheiro Van Zeller explicar aos ignaros como será possível ao governo «consolidar» a despesa pública quando o seu componente mais rígido e de maior peso fica na mesma? Aliás o 1.º ministro e os ministros em coro não se cansam de garantir que não só não haverá despedimentos como ninguém será prejudicado.
Há alguma coisa que eu devesse saber e ninguém me conta?
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