Já aqui escrevi sobre a insustentável leveza da sondagem que serviu de pretexto ao Expresso para produzir o título de 1.ª página «Um milhão de portugueses são homossexuais».
Escondido na página 20 da edição deste fim de semana, o Expresso publicou um artigo, com o mesmo título, do professor Afonso de Albuquerque, um conhecido psiquiatra, que certamente não poderá ser acusado de homofobia.
Depois de reduzir a pó a fiabilidade da sondagem, que entre outras enfermidades sofre de um «enviesamente por auto-selecção da amostra», e assolapar a bondade das conclusões que ela (não) suporta, o professor Albuquerque cita dois estudos recentes de prevalência da homossexualidade (um da universidade de Chicago e o inglês NATSAL 2000) baseados em métodos rigorosos e amostragens de grande dimensão. Esses estudos evidenciam percentagens semelhantes de homossexuais exclusivos (2,3% nos homens e 0,3% nas mulheres), que nada têm a haver com as frequências fantasistas do «estudo» da Eurosondagens.
A que se deverá, então, essa manipulação sem escrúpulo para produzir um sound bite desta magnitude? Estupidez? Incompetência? Talvez um pouco das duas - ou seja a consagrada chico-espertice, mas sobretudo um propósito mal disfarçado de mostrar músculo eleitoral para impressionar os poderes fácticos vigentes e vindouros, marcando o terreno das próximas batalhas: o «casamento» e a «adopção».
Se o «casamento», entendido como um contrato jurídico distinto do casamento institucional normal, se pode aceitar, na condição de não acarretar benefícios pagos pelos contribuintes para promover o desvio, a «adopção» equivale a meter a raposa no galinheiro e dar aos homossexuais o acesso directo aos meios de replicação do seu desvio em crianças sem maturidade para fazerem escolhas. Além do mais, a adopção não é um direito de quem adopta, seja ele hetero ou homo. A adopção é um direito da criança.
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