28/12/2005

BLOGARIDADES: bomba inteligente mata (simbolicamente) psicopata

«... por vezes, penso no soldado que descobriu Saddam Hussein naquele buraco em Ti Ki e nas angústias que deve ter sentido por não poder resolver o assunto logo ali. Agora temos um doido varrido a gritar com as testemunhas porque não o tratam por Presidente do Iraque. É nestas alturas que penso como a loucura está associada à maldade. Não, com certeza, nem sempre, mas falo, sobretudo, da psicopatia ou da sociopatia.»
O que diria o doutor Prado Coelho? Pois, talvez que estas palavras ocultam o desejo recalcado, o ímpeto reprimido, a vontade semântica de resolver o assunto in situ. Repressão auto-infligida que conduz inescapavelmente ao trespasse simbólico, à ponte desconstruída por um processo identitário do self para a persona intuída do soldado desconhecido. Um self sem salvação, nem ressurreição, nem redenção. Um self pleno de subjectividade racional, singular, patriarcal e eurocêntrica, onde reside, afinal, um foco de tensões entre retrocesso e progresso. Um self polimórfico criador de subjectividades que anseiam ripostar ao centro, desconstruindo-se para o efeito.

Que dirá o meu self? Poderia ter sido a notícia do ano, se a Charlotte por lá andasse nessa altura.

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