O suplemento de Economia de O Independente de 21-10 fez referência ao peso que o estado napoleónico-estalinista numa área que se esperaria imune à intervenção do Monstro do doutor Cavaco: as sociedades de capital de risco (SCR).
Como se sabe, essas criaturas são uma tosca adaptação do venture capital à realidade do nacional-colectivismo doméstico. Em muitos casos que pessoalmente tive conhecimento, as SCR entraram no capital de empresas inviáveis, por vezes tecnicamente falidas, em sectores tradicionais, com produtos sem qualquer inovação, frequentemente após intensa actividade de lobbying, geralmente canalizado pela via larga do bloco central (que é uma coisa que os distraídos julgam já não existir).
Por curiosidade, fui dar uma olhada ao sítio da Associação Portuguesa de Capital de Risco e de Desenvolvimento. Vale a pena, em particular este relatório. Dele extraio o gráfico seguinte que dá uma bela ideia da presença sufocante do estado napoleónico-estalinista num domínio em que seria suposto estar completamente afastado, por absoluta, definitiva, demonstrada e irrevogável incapacidade para avaliar e assumir riscos.
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