23/10/2005

AVALIAÇÃO CONTÍNUA: demais para as corporações, de menos para as reformas

Secção Tiros nos pés
O que se pode dizer deste orçamento? Que é o orçamento possível? Que é o melhor orçamento dos últimos anos? A mim parece-me que é um tiro no pé do governo. Porque já se ouve o rufar dos tambores das corporações, que a seu tempo se maninfestarão, mas não se vislumbra um módico de reformas do estado napoleónico-estalinista, de dietas impostas à voracidade vaca marsupial pública. Onde estão as medidas de reorganização, de emagrecimento das estruturas redundantes e improdutivas que enxameiam a administração pública?

Que este governo ainda não tem responsabilidades na ruptura anunciada da sustentabilidade do sistema de segurança social aceita-se, mas não se compreende que «a mesma equipa que há cinco anos, no governo de António Guterres, garantiu, através de um estudo, que o sistema de previdência em repartição era sustentável até 2100, diz agora que o saldo foi negativo em 2004 e admite utilizar o Fundo de Estabilização da Segurança Social já em 2007. Apesar de tudo, no orçamento para o próximo ano, adia a prometida introdução da capitalização do regime.» (Semanário Económico)

Alguém acredita que as oportunidades que agora se estão a perder para introduzir as reformas necessárias voltarão a surgir à medida que se aproximar o fim da legislatura?

Dois afonsos é uma magnanimidade do Impertinências para premiar o orçamento, na parte que vai chatear os interesses instalados, e quatro chateaubriands porque chatear é quase tudo o que sobra do orçamento, descontado o business as usual.

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