Não obstante a criação de círculos uninominais anunciada pelo PS potenciar a responsabilização individual dos eleitos, favorecer a criação de maiorias e uma clarificadora polarização, suspeito que, só por si, não fará grande coisa pela salvação do regime.
Esquecendo, por agora, que este experimentalismo constitucional ad hoc é um sintoma preocupante de uma doença talvez grave, fica por resolver como se evitará a multiplicação de deputados independentes do queijo limiano, candidatos a um mensalão, ou pelo menos a uma mesada, e a uma póstuma sinecura.
Algumas alterações serão necessárias para dar um mínimo de eficácia à mudança, como a revisão das incompatibilidades, o aumento da remuneração dos deputados, a redução do seu número e um trade off entre os círculos uninominais e o círculo nacional.
Ainda assim, se tudo corresse bem e seria a primeira vez em séculos, a qualidade do pessoal político levaria uma geração a melhorar e sem ela teremos inevitavelmente uma democracia representativa que representará a mediocridade dos seus agentes.
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