Secção George Orwell
Era uma vez um senhor professor que depois de ter sido sucessivamente delfim do herdeiro de Salazar, fundador dum partido rigorosamente ao centro (mais tarde renegado), ajudante do doutor Soares numa aliança espúria para constituir um governo equívoco (sabotado por ele próprio), adversário do mesmo doutor Soares numa eleição presidencial, mestre de cerimónias na assembleia internacional com maior proporção de lacaios de assassinos e corruptos, compagnon de route do doutor Anacleto Louçã em maninfestações várias, detractor do fuehrer ianque, ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros do governo socialista, admirador confesso da ajudante do fuehrer ianque, putativo proto-candidato a uma nova eleição presidencial, depois de tudo isto (pausa para respirar), depois de tudo isto, dizia, descobriu-se, com 50 anos de atraso, um émulo de Peter Drucker.
Onde outros teriam gasto milhões de euros em management consulting e recorrido às McKinsey, às BCG, às Roland Berger, o nosso professor Freitas atentou no estado desesperado das finanças públicas e decretou, ou, mais exactamente, despachou a adopção da gestão por objectivos no ministério que nesta fase ilumina com a sua presciência.
E assim emitiu uma das mais poderosas ejaculações de órgão legislativo deste governo, produzindo o Despacho Normativo n.º 42/2005 de 18 de Agosto em que «determina que todas as unidades orgânicas do Ministério dos Negócios Estrangeiros se orientarão pelo princípio da gestão por objectivos e estabelece os termos de execução desse sistema». Esta notável peça legislativa e gerencial pode ser consultada no Diário da República n.º 158 Série I-B.
Rendido a esta poderosa ejaculação o Impertinências concede ao inefável professor 5 chateaubriands pela genial redução da ciência da gestão ao direito administrativo e deseja-lhe os maiores sucessos na «execução desse sistema».
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