Ou muito me engano, ou continuam a encastelar-se as nuvens por cima do governo do engenheiro Sócrates. Uma vez mais, o Expresso, que havia sido um activíssimo patrocinador da campanha eleitoral do PS, é agora o lugar geométrico dos primeiros sinais de impaciência. A fé dos crentes cedo começa a vacilar.
Não é caso para menos. Decorrido um mês, 17 professores universitários acolitados pelas restantes luminárias, não produziram até agora mais do que duas ideias (a liberalização da venda dos medicamentos sem receita e o ensino do inglês no ensino básico), uma promessa inquietante [*] (não aumentar os impostos este ano) e três prioridades (Espanha, Espanha, Espanha).
É pouco? É demais e de menos. Para um governo que não produz nada, não investe nem vende nada em Espanha ou em qualquer outra parte do mundo, essas prioridades estão a mais e são claramente vazias de sentido. Em contrapartida, para um governo que cavalga a vaca marsupial pública que consome 50% do que o país produz, não ter ainda explicado como pensa cortar-lhe a pantagruélica ração é claramente de menos.
[*] Uma promessa inquietante? Sem dúvida. Não reduzir a despesa e não aumentar os impostos, que seria pagos pelos eleitores que contribuiram com as suas escolhas para eleger governos incompetentes, significará aumentar a dívida pública, que será paga no futuro, numa proporção maior ou menor, por outros eleitores.
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