22/01/2005

TRIVIALIDADES: Milagres eleitorais - a banha da cobra operária (4)

O camarada secretário-geral Jerónimo de Sousa é o milagreiro do dia. O programa eleitoral do PCP dá-nos o maná ainda antes de chegarmos à terra prometida, ou seja àquela ilha do camarada Fidel ou ao outro paraíso que ainda resta à guarda do camarada Jong.

Ao camarada secretário-geral repugnam os «sacrifícios» a que o companheiro Sócrates pretende sujeitar-nos. O PCP, diz-nos ele, dá-nos tudo o que sempre ambicionámos mas temos vergonha de exigir. Para começar «a "dinamização do consumo", que passa por um "crescimento do rendimento das famílias de forma sustentada". O que significa, nas medidas apelidadas de "urgentes" pelos comunistas, um aumento intercalar em 2005 do salário mínimo nacional, fixando-o em 400 euros, assim como dos vencimentos da Administração Pública em 3%.»

«Em matéria de segurança social, o PCP defende aumentos das pensões e reformas, fixando a pensão social em 178 euros, a pensão agrícola em 214 euros. Na área da fiscalidade, os comunistas querem, por exemplo, o regresso das taxas do IVA de 19% para 17% e o desagravamento do IRS sobre os rendimentos do trabalho com o aumento progressivo, entre 2005 e 2008, da dedução específica, fixando-a em 80% e 100% do salário mínimo nacional.» [DN]

E essa coisa do crescimento de 3% não é coisa para homens. O camarada Jerónimo visa mais alto: 4%, nem menos um tostão.

E como chegaremos lá? Já que perguntam, sempre vos digo que não é muito importante. São as medidas do costume, acrescentadas duma «eficiente utilização dos dinheiros comunitários» que é a maneira que o PCP vê de chupar as espórtulas da Europa dos monopólios.

Falta alguma coisa? Falta. O camarada não nos promete o fim da seca.

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