Decididamente o engenheiro Sócrates não gosta de coisas fáceis. No último Fórum Novas Fronteiras ele anunciou a criação de uma «prestação extraordinária» para «todos os pensionistas com rendimento abaixo do limiar da pobreza», limiar que ele próprio não soube explicar o que fosse, quando foi questionado pelos jornalistas. Com a «prestação extraordinária» os velhinhos vão poder desfrutar dum rendimento mensal de 300 euros, maquia que lhes permitirá aceder a um écran de plasma de 11 polegadas, com o qual as quintas das celebridades ficarão indistinguíveis dos programas culturais da 2:.
Para financiar os 200 milhões que custará a felicidade dos velhinhos, o engenheiro Sócrates irá combater a «evasão nas contribuições, a fraude no subsídio do desemprego e no subsídio da doença». Supunha-se que os combates dos seus colegas de governo doutores Ferro Rodrigues e Pedroso deveriam ter limpo o terreno de batalha, mas ele próprio não parece muito certo disso. Seja como for, prevê «poupar 500 milhões de euros por ano, só através da fiscalização». Com os 300 milhões excedentários poderá ainda fazer-se o upgrade dos écrans das 11 para as 19 polegadas, reduzindo as consultas de oftalmologia e poupando no orçamento do SNS.
Também poderá poupar o bestunto a imaginar soluções para aumentar a produtividade. O engenheiro João Proença, secretário-geral da UGT, aliviou-lhe a preocupação ao declarar no Fórum que «a produtividade se crescer muito pode provocar perda de postos de trabalho». Portanto, senhor engenheiro Sócrates, faça favor de não se pôr para aí a desatinar com a produtividade. Em vez disso, porque não incluir no programa de governo o fim da seca que, devido à incúria do doutor Calimero, nos aflige desde há 2 meses?
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