25/01/2005

TRIVIALIDADES: Irreflexões impertinentes

A leitura de fim de semana do Semanário Económico, um jornal decentemente banal, inspirou-me duas irreflexões.

A primeira a propósito do título na 1ª página «Joe Berardo interessado na Lusomundo - Como investe o Warren Buffet português». Citando-me:
«Warren Buffett é o presidente da Berkshire Hathaway e um dos maiores investidores do mundo. Para ele não há bear market. Nos 40 anos de 1964 a 2003 o book value por acção da Berkshire Hathaway aumentou em média mais de 20% por ano. WB (é) também conhecido como o Sage de Omaha.»
Porque têm os portugueses a obsessão de se compararem constantemente com o pessoal de outras galáxias? O que é que um gajo que escreve uma carta aos accionistas como esta tem de comum com um Sábio do Machico?

A segunda irreflexão foi-me inspirada por uma foto do doutor Paulo Azevedo, presidente executivo da Sonae.com, filho do engenheiro Belmiro (que me lembre, de momento, um dos poucos empresários portugueses com eles no sítio). Nessa foto, o doutor Paulo aparece, como frequentemente noutras fotos, com o nó da gravata um pouco desconchavado e ligeiramente descaído. É um óbvio contraste com todas as luminárias cujas fotos também aparecem no mesmo jornal, com gravatinhas aprumadinhas e nós estilosos. A avaliar pelas performances do grupo Sonae e a independência de espírito dos Azevedos, tenho a impressão que um dos nossos problemas é que temos demasiados empresários engomadinhos que imaginam que um nó górdio se corta com a mesma facilidade com que se desfaz um nó double-windsor.


[Descubra as diferenças]

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