17/11/2004

CASE STUDY: A TREC (Trasfega Revolucionária Em Curso)

A notícia do encerramento anunciado de dois notórios tanques de criogénio repletos de mentes encalhadas no tempo já tem umas semanas. O Impertinências não se apressou a comentá-la porque estamos a falar da antiguidade e, nestas matérias, não há urgências.

Com grande sincronismo, vão fechar para reciclagem duas organizações revolucionárias dos anos 70, elas próprias inspiradas em criaturas dos anos cinquenta, chegadas a Portugal atrasadas, bolorentas e fora do prazo de validade. Uma, a União Democrática Popular (UDP), uma frente popular para acolher, segundo o modelo estalinista, o povo liderado pela sua vanguarda, na circunstância o PCP(Reconstruído). A outra, o Partido Socialista Revolucionário, um apêndice duma coisa chamada Liga Comunista Internacionalista, coisa essa enxameada de fervorosos seguidores do homem em cuja cabeça o camarada Estaline (cujos fervorosos seguidores enxameavam a UDP) tinha mandar enterrar um picador de gelo, na cidade do México, no intervalo de duas levas duns milhões de contra-revolucionários enviados para apodrecerem no gulag, onde a vanguarda do proletariado costumava enterrar em vida os inimigos da revolução.

E porquê vão fechar? No caso da UDP, «tem a ver com duas razões. Por um lado, com a prática do Bloco de Esquerda, que é um projecto com sucesso que tem marcado a situação política nacional. Por outro, com as exigências da lei». No caso do PSR, «é a evolução natural e coerente».

E pronto. Enquanto não chega a ditadura do proletariado, lá vão os rapazes entreter-se a fumar uns charros, trocar de namoradas e fazer umas maninfestações enquanto esperam os amanhãs que cantam.

Veja AQUI o franchising Gulag - «um projecto com sucesso».

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