Summary for the sake of
In a fresh opinion poll almost two thirds of the people enquired shown strong concern for too much power they feel TV channels have.
However, most of them surprisingly still trust TV news, ranging from 63 pct to a huge proportion of 91 pct for the public channel.
What will be the impact of TV bullshit news in those innocent and unprotected minds? Like a WMD of brains, I guess.
63 por cento dos inquiridos numa «sondagem sobre serviço público de televisão, realizada pela Universidade Católica para a RTP e para o PÚBLICO» , entendem que a televisão tem demasiado poder.
Quem dá esse poder à televisão?
Os próprios espectadores que confiam nas tretas e patacoadas impingidas pelos noticiários de TV nas assombrosas proporções: 91 por cento (RTP1), 88 por cento (2), de 73 por cento (SIC) e 63 por cento (TVI). Apesar de crédulos, alguns espectadores não são parvos, e desconfiam da orgia noticiosa da TVI como se vê no ranking da confiança.
Num país em que a penetração dos jornais é tão baixa, as consequências do quase monopólio do meio TV tem os resultados que se conhecem na formação duma opinião pública esclarecida.
31/03/2004
BLOGARIDADES / BLOGARITIES: Não sendo possível envergonhá-los é melhor despedi-los. / Shame on them? They are shameless. Just fire them.
Summary for the sake of
The Teachers’ Union of Midland announced that they intend take profit of Euro 2004 happening to bring shame on the government because there are one million illiterate folks in Portugal.
O Intermitente is proposing as counter-measure that government bring shame on them instead, inviting foreign followers to attend classrooms in public schools.
I strongly disagree. One can’t bring shame on somebody who doesn’t hold responsibility for the output of his own job. In other words, one can’t bring shame on somebody who is shameless.
Just fire them, instead.
Face ao anúncio do «Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) (que) avançou hoje que irá aproveitar o Euro 2004 para "envergonhar" o Governo com a distribuição de folhetos onde vai revelar que há um milhão de analfabetos no país e 40 mil docentes desempregados», O Intermitente propõe-se «aproveitar o Euro 2004 para envergonhar os professores ... (convidando) os adeptos estrangeiros a assistir a aulas do ensino obrigatório».
Discordo em absoluto. Não é possível envergonhar quem não tem vergonha. Proponho, em vez disso, que, em vista da total irresponsabilidade dos professores do ensino oficial obrigatório na produção de um milhão de analfabetos, eles sejam maciçamente despedidos com justa causa.
The Teachers’ Union of Midland announced that they intend take profit of Euro 2004 happening to bring shame on the government because there are one million illiterate folks in Portugal.
O Intermitente is proposing as counter-measure that government bring shame on them instead, inviting foreign followers to attend classrooms in public schools.
I strongly disagree. One can’t bring shame on somebody who doesn’t hold responsibility for the output of his own job. In other words, one can’t bring shame on somebody who is shameless.
Just fire them, instead.
Face ao anúncio do «Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) (que) avançou hoje que irá aproveitar o Euro 2004 para "envergonhar" o Governo com a distribuição de folhetos onde vai revelar que há um milhão de analfabetos no país e 40 mil docentes desempregados», O Intermitente propõe-se «aproveitar o Euro 2004 para envergonhar os professores ... (convidando) os adeptos estrangeiros a assistir a aulas do ensino obrigatório».
Discordo em absoluto. Não é possível envergonhar quem não tem vergonha. Proponho, em vez disso, que, em vista da total irresponsabilidade dos professores do ensino oficial obrigatório na produção de um milhão de analfabetos, eles sejam maciçamente despedidos com justa causa.
30/03/2004
SERVIÇO PÚBLICO / PUBLIC SERVICE: O que conta é quem mata. / The importance of being murderer.
Summary for the sake of
In the Portuguese press washed by an ocean of 80 pct of leftist militia, someone points out the moral fraud of those left wingers who judge the deaths depending on who kills.
As rare as lucid minds in the press are the clever left wing blogs like A Praia placed on the right side of this blog, who didn’t mourn the old paralytic bastard murdered by the Israelis.
O Blasfémeas estava atento e chamou a atenção dos distraídos, como eu, para o texto Relativismos de Helena Matos no Público de sábado. Numa imprensa saturada de bloquistas, esse texto é tão insolitamente lúcido que se torna leitura indispensável para perceber melhor a duplicidade moral com que a esquerdalhada olha para as mortes, dependendo não de quem morre mas de quem mata.
Se fosse preciso demonstrar que A Praia é um blogue bem parqueado no lado direito do Impertinências, ficaria, uma vez mais, demonstrado com o post A esquerda beata, que se segue ao acolhimento dado ao email delirante e antológico de Paulo Varela Gomes sobre o estupor do velhinho tetraplégico assassinado pelos israelitas, que deixou a esquerdalhada com os olhos rasos de água.
In the Portuguese press washed by an ocean of 80 pct of leftist militia, someone points out the moral fraud of those left wingers who judge the deaths depending on who kills.
As rare as lucid minds in the press are the clever left wing blogs like A Praia placed on the right side of this blog, who didn’t mourn the old paralytic bastard murdered by the Israelis.
O Blasfémeas estava atento e chamou a atenção dos distraídos, como eu, para o texto Relativismos de Helena Matos no Público de sábado. Numa imprensa saturada de bloquistas, esse texto é tão insolitamente lúcido que se torna leitura indispensável para perceber melhor a duplicidade moral com que a esquerdalhada olha para as mortes, dependendo não de quem morre mas de quem mata.
Se fosse preciso demonstrar que A Praia é um blogue bem parqueado no lado direito do Impertinências, ficaria, uma vez mais, demonstrado com o post A esquerda beata, que se segue ao acolhimento dado ao email delirante e antológico de Paulo Varela Gomes sobre o estupor do velhinho tetraplégico assassinado pelos israelitas, que deixou a esquerdalhada com os olhos rasos de água.
O IMPERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES: Não é caso para tanto.
Um leitor e detractor sugeriu, a propósito do CASE STUDY: A democracia segundo Saramago, que o tema deveria ser tratado na Secção Padre Anchieta da AVALIAÇÃO CONTÍNUA e atribuídos ignóbeis a Saramago para juntar ao seu Nobel.
29/03/2004
DIÁRIO DE BORDO / LOG BOOK: Cada um tem os amigos que merece? / Does one get the friends he deserves?
Summary for the sake of
Merde in France quotes Le Monde (Al Jazeera sur Seine) and inserts my old friend and somewhat senile leftist Brito’s cartoon named Kamikazes. Masoch’s admirers can also watch his Invendus de la semaine.
Hoje o Merde in France ilustra o link ao Monde (Al Jazeera sur Seine) com um cartune do meu velho amigo Carlos Brito, um indefectível membro honorário da esquerdalhada. Os masoquistas podem ainda ver os seus Invendus de la semaine.
Merde in France quotes Le Monde (Al Jazeera sur Seine) and inserts my old friend and somewhat senile leftist Brito’s cartoon named Kamikazes. Masoch’s admirers can also watch his Invendus de la semaine.
Hoje o Merde in France ilustra o link ao Monde (Al Jazeera sur Seine) com um cartune do meu velho amigo Carlos Brito, um indefectível membro honorário da esquerdalhada. Os masoquistas podem ainda ver os seus Invendus de la semaine.
AVALIAÇÃO CONTÍNUA / CONTINUOUS APPRAISAL: «Negociar» não é negociar. / Mr. Soares shots again - this turn his right foot.
Summary for the sake of
Mr. Mário Soares clarifies now what he really meant when he suggested «negotiation» with terrorists.
He considers himself neither «pacifist» nor «capitulacionist» and because of his strong beliefs he thinks that «negotiate doesn’t mean neither relinquish nor give up», that is to say «negotiate» doesn’t mean negotiate.
He takes the opportunity to mourn the assassinated Hamas’ spiritual leader.
Should this explain the nicknames «Portuguese Kerensky» and «our white Mobotu» he got in 75’ hot summer from his former American friends?
Secção Tiros nos pés
O doutor Mário Soares depois de ter dado um tiro no pé esquerdo ao propor que «para terminar com isso (o terrorismo) tem de se negociar com eles (os terroristas)», vem agora dar um outro no pé direito, ao escrever na sua coluna no Expresso que afinal não é «pacifista» muito menos «capitulacionista» e o que pare ele «negociar não significa ceder nem abdicar», inventando assim um novo significado para o verbo.
Aquele que foi em 1975 o «Kerensky português», para Kissinger ou «our white Mobotu» para outros americanos com mais sentido de humor, aproveita o resto da sua prosa para zurzir os suspeitos do costume.
De caminho lamenta o «assassínio do líder espiritual (tetraplégico) do Hamas» - atenção aos atributos «espiritual» e «tetraplégico».
Venham mais cinco bourbons para o doutor Soares por continuar igual a si próprio e três ignóbeis pela sua emenda que é pior que o soneto.
Mr. Mário Soares clarifies now what he really meant when he suggested «negotiation» with terrorists.
He considers himself neither «pacifist» nor «capitulacionist» and because of his strong beliefs he thinks that «negotiate doesn’t mean neither relinquish nor give up», that is to say «negotiate» doesn’t mean negotiate.
He takes the opportunity to mourn the assassinated Hamas’ spiritual leader.
Should this explain the nicknames «Portuguese Kerensky» and «our white Mobotu» he got in 75’ hot summer from his former American friends?
Secção Tiros nos pés
O doutor Mário Soares depois de ter dado um tiro no pé esquerdo ao propor que «para terminar com isso (o terrorismo) tem de se negociar com eles (os terroristas)», vem agora dar um outro no pé direito, ao escrever na sua coluna no Expresso que afinal não é «pacifista» muito menos «capitulacionista» e o que pare ele «negociar não significa ceder nem abdicar», inventando assim um novo significado para o verbo.
Aquele que foi em 1975 o «Kerensky português», para Kissinger ou «our white Mobotu» para outros americanos com mais sentido de humor, aproveita o resto da sua prosa para zurzir os suspeitos do costume.
De caminho lamenta o «assassínio do líder espiritual (tetraplégico) do Hamas» - atenção aos atributos «espiritual» e «tetraplégico».
Venham mais cinco bourbons para o doutor Soares por continuar igual a si próprio e três ignóbeis pela sua emenda que é pior que o soneto.
28/03/2004
CASE STUDY: A democracia segundo Saramago. / Democracy, but not this kind, a Nobel says.
Summary for the sake of
Saramago, the Portuguese writer Nobel of Literature and also a confessed crypto-communist, revived the well-known Churchill’s vision of the limitation of democracy with some differences. He had done so in his new manifest disguised of a novel wrongly named Essay on Lucidity. The major difference between his vision and Churchill’s is his underlying and not confessed creed that this democracy, which he calls plutocracy, should be replaced by something he didn’t tell us what should be, but we can guess.
For someone who believed is entire life in soviet, Cuban and north Korean versions of democracy, this recent concern with democracy flaws leads me to think he ought to rename his new novel the way he named his last one - Essay on Blindness.
«Miopia autoral» titulou a Veja para o novo manifesto de Saramago, conhecido escritor espanhol que viveu em Portugal alguns anos. Chama-se o manifesto Ensaio sobre a Lucidez, e talvez devesse chamar-se, como o anterior, Ensaio sobre a cegueira.
Não tenho intenção de o ler porque a entrevista de Saramago ao DN me parece suficientemente esclarecedora.
O homem ensaia a tese das limitações da democracia, que para ele já é uma «plutocracia» porque o «poder económico não é democrático» e os «governantes são comissários políticos do poder económico», mas não nos esclarece se continua a pensar que a verdadeira democracia habitou até à era Breznev para lá dos Urais.
Explica-nos que «já não há jornais, há empresas jornalísticas, que não têm autonomia porque são propriedade de grupos industriais, da banca», mas não nos esclarece se ainda considera autonomia o estado do Diário de Notícias quando da sua passagem pela sua direcção em 1975, época em que era costume sanear jornalistas que não reverenciavam o MFA.
Saramago, the Portuguese writer Nobel of Literature and also a confessed crypto-communist, revived the well-known Churchill’s vision of the limitation of democracy with some differences. He had done so in his new manifest disguised of a novel wrongly named Essay on Lucidity. The major difference between his vision and Churchill’s is his underlying and not confessed creed that this democracy, which he calls plutocracy, should be replaced by something he didn’t tell us what should be, but we can guess.
For someone who believed is entire life in soviet, Cuban and north Korean versions of democracy, this recent concern with democracy flaws leads me to think he ought to rename his new novel the way he named his last one - Essay on Blindness.
«Miopia autoral» titulou a Veja para o novo manifesto de Saramago, conhecido escritor espanhol que viveu em Portugal alguns anos. Chama-se o manifesto Ensaio sobre a Lucidez, e talvez devesse chamar-se, como o anterior, Ensaio sobre a cegueira.
Não tenho intenção de o ler porque a entrevista de Saramago ao DN me parece suficientemente esclarecedora.
O homem ensaia a tese das limitações da democracia, que para ele já é uma «plutocracia» porque o «poder económico não é democrático» e os «governantes são comissários políticos do poder económico», mas não nos esclarece se continua a pensar que a verdadeira democracia habitou até à era Breznev para lá dos Urais.
Explica-nos que «já não há jornais, há empresas jornalísticas, que não têm autonomia porque são propriedade de grupos industriais, da banca», mas não nos esclarece se ainda considera autonomia o estado do Diário de Notícias quando da sua passagem pela sua direcção em 1975, época em que era costume sanear jornalistas que não reverenciavam o MFA.
27/03/2004
CASE STUDY: Há coisas piores. / Be starved or be exploited, that’s the question.
Summary for the sake of
The Portuguese Ombudsman blames the government for hiring unemployed people at cheaper wages. Mr. Ombudsman should have studied Joan Robinson, a prominent economist of 20th century, deceased in 1983, who once said or wrote something like (I can’t remember the exact words): the only thing worse than someone explores you it is you have nobody to explore you. This is a brutal and rough true, hard to say in the politically correct time we are living in. But it is a true, still.
Anyway, even if you believe Mrs. Robinson, keep in mind that she also wrote «the purpose of studying economics is not to acquire a set of ready-made answers to economic questions, but to learn how to avoid being deceived by economists.»
O Provedor de Justiça acusa o Estado de empregar desempregados ao abrigo de programas ocupacionais em situações de «exploração institucional de mão-de-obra barata».
Em vez de se preocupar com a justiça abstracta e os direitos adquiridos, o Provedor de Justiça devia estudar economia e ler Joan Robinson, uma notável economista falecida em 1983, que disse ou escreveu (não recordo as palavras exactas) que pior do que ser explorado é não ser explorado.
Seja como for, convém não esquecer que a doutora Robinson também escreveu que «a finalidade de estudar economia não é obter respostas prontas para as questões económicas, mas aprender a não ser enganado pelos economistas».
The Portuguese Ombudsman blames the government for hiring unemployed people at cheaper wages. Mr. Ombudsman should have studied Joan Robinson, a prominent economist of 20th century, deceased in 1983, who once said or wrote something like (I can’t remember the exact words): the only thing worse than someone explores you it is you have nobody to explore you. This is a brutal and rough true, hard to say in the politically correct time we are living in. But it is a true, still.
Anyway, even if you believe Mrs. Robinson, keep in mind that she also wrote «the purpose of studying economics is not to acquire a set of ready-made answers to economic questions, but to learn how to avoid being deceived by economists.»
O Provedor de Justiça acusa o Estado de empregar desempregados ao abrigo de programas ocupacionais em situações de «exploração institucional de mão-de-obra barata».
Em vez de se preocupar com a justiça abstracta e os direitos adquiridos, o Provedor de Justiça devia estudar economia e ler Joan Robinson, uma notável economista falecida em 1983, que disse ou escreveu (não recordo as palavras exactas) que pior do que ser explorado é não ser explorado.
Seja como for, convém não esquecer que a doutora Robinson também escreveu que «a finalidade de estudar economia não é obter respostas prontas para as questões económicas, mas aprender a não ser enganado pelos economistas».
26/03/2004
ESTÓRIA E MORAL / SHORT STORY AND BIG MORAL: Aristide e o Diabo Branco. / Aristide and the White Evil.
Summary for the sake of
Mr. Aristide the leftist priest and former elected president of Haiti (see the shortcomings of democracy?), once returned to power by the American forces sent by Mr. Clinton in 1994, was sent to exile by the rebels with a little help from his friends - a Franco-American intervention force, by the way, classified by Mr. Villepin as «perfect Franco-American co-ordination» (hélas).
Against whom Mr. Aristide fresh arrived in Central African Republic complained in a telephone call? The rebels? France, whose government implored the UN to bless an intervention, since months?
Wrong! «I was forced to leave. They came at night. There were too many ... white American, white military», he said.
The evil was American, military and white. The evil trinity.
It’s easy to find a stick to beat a dog, folks use to say.
Estória
O padre esquerdista Aristide, presidente eleito do Haiti (um exemplo da imperfeição da democracia), já havia sido deposto por um golpe em 1994. Foi então reposto no poder pelas tropas americanas mandadas pelo presidente Clinton.
Foi agora novamente deposto, desta vez pelos rebeldes com a ajuda duma força franco-americana («coordination parfaite franco-americain», d’aprés M. Villepin), intervenção que a França vinha soprando insistentemente aos ouvidos relutantes de George Bush.
Mal chegado à República Centro-Africana, para onde foi provisoriamente exilado, o padre Aristide queixou-se numa entrevista telefónica de ter sido empurrado para fora do país. Porque quem? Perguntareis. Pela sua estupidez? Pelos rebeldes? Pela França que implorava há meses uma intervenção abençoada pelo Conselho de Segurança?
Errado! Pelos militares americanos brancos, disse.
Moral
Preso por ter cão e preso por não ter.
Mr. Aristide the leftist priest and former elected president of Haiti (see the shortcomings of democracy?), once returned to power by the American forces sent by Mr. Clinton in 1994, was sent to exile by the rebels with a little help from his friends - a Franco-American intervention force, by the way, classified by Mr. Villepin as «perfect Franco-American co-ordination» (hélas).
Against whom Mr. Aristide fresh arrived in Central African Republic complained in a telephone call? The rebels? France, whose government implored the UN to bless an intervention, since months?
Wrong! «I was forced to leave. They came at night. There were too many ... white American, white military», he said.
The evil was American, military and white. The evil trinity.
It’s easy to find a stick to beat a dog, folks use to say.
Estória
O padre esquerdista Aristide, presidente eleito do Haiti (um exemplo da imperfeição da democracia), já havia sido deposto por um golpe em 1994. Foi então reposto no poder pelas tropas americanas mandadas pelo presidente Clinton.
Foi agora novamente deposto, desta vez pelos rebeldes com a ajuda duma força franco-americana («coordination parfaite franco-americain», d’aprés M. Villepin), intervenção que a França vinha soprando insistentemente aos ouvidos relutantes de George Bush.
Mal chegado à República Centro-Africana, para onde foi provisoriamente exilado, o padre Aristide queixou-se numa entrevista telefónica de ter sido empurrado para fora do país. Porque quem? Perguntareis. Pela sua estupidez? Pelos rebeldes? Pela França que implorava há meses uma intervenção abençoada pelo Conselho de Segurança?
Errado! Pelos militares americanos brancos, disse.
Moral
Preso por ter cão e preso por não ter.
25/03/2004
DIÁRIO DE BORDO / LOG BOOK: O mistério. / Something beyond the reach of my mind.
Summary for the sake of
Why Portuguese workers, and their unions, use to strike for keeping their jobs every time the boss, in this case Bombardier, a Canadian company, announces their firing to close a business where they use to work in?
Confesso a maior perplexidade cada vez que leio, como aqui, que os trabalhadores duma empresa que vai fechar, na circunstância a canadiana Bombardier, adoptam a greve como forma de «luta».
Deve haver uma explicação científica, porque a coisa vai ter um plenário ilustrado com a presença do doutor em sociologia Carvalho da Silva, secretário-geral da CGTP-IN.
Why Portuguese workers, and their unions, use to strike for keeping their jobs every time the boss, in this case Bombardier, a Canadian company, announces their firing to close a business where they use to work in?
Confesso a maior perplexidade cada vez que leio, como aqui, que os trabalhadores duma empresa que vai fechar, na circunstância a canadiana Bombardier, adoptam a greve como forma de «luta».
Deve haver uma explicação científica, porque a coisa vai ter um plenário ilustrado com a presença do doutor em sociologia Carvalho da Silva, secretário-geral da CGTP-IN.
24/03/2004
ESTÓRIA E MORAL / SHORT STORY AND BIG MORAL: Memória curta. / Short memory.
Summary for the sake of
Abrupto reminds us that the today Israel enemies, the communist left wing for instance, were at the time of Israeli state creation their best friends. Muslin monarchies enemies at that time, the communist left wing for instance, are today their best friends.
We should remind too that other Israel’s friends for a while, such as France, who had cooperated to build the nuclear bomb, also changed their minds, notoriously.
Estória (lembrada pelo Abrupto aqui)
«Israel foi criado à esquerda e pela esquerda. O primeiro país a reconhecer Israel foi a URSS de Staline. O Avante! saudou a vitória israelita na guerra imediatamente após a independência, como uma “vitória contra as monarquias feudais e reaccionárias” da região. Anote-se que é nessa guerra que se dão as grandes deslocações de população, que fazem hoje parte do caderno reivindicativo palestiniano.
A maioria dos dirigentes religiosos muçulmanos da região, como o Grande Mufti de Jerusalém, colaborara com os nazis durante a guerra e não escondia a sua simpatia pelo holocausto. Cientistas nazis, ideologicamente motivados pelo seu ódio aos judeus, foram um pilar dos programas de armamento de países como o Egipto “socialista” de Nasser.»
Podemos acrescentar que outros amigos de Israel que na época lhe proporcionaram assistência para construir uma central atómica (leia-se bomba atómica), a França por exemplo, também mudaram de campo.
Moral
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.
Abrupto reminds us that the today Israel enemies, the communist left wing for instance, were at the time of Israeli state creation their best friends. Muslin monarchies enemies at that time, the communist left wing for instance, are today their best friends.
We should remind too that other Israel’s friends for a while, such as France, who had cooperated to build the nuclear bomb, also changed their minds, notoriously.
Estória (lembrada pelo Abrupto aqui)
«Israel foi criado à esquerda e pela esquerda. O primeiro país a reconhecer Israel foi a URSS de Staline. O Avante! saudou a vitória israelita na guerra imediatamente após a independência, como uma “vitória contra as monarquias feudais e reaccionárias” da região. Anote-se que é nessa guerra que se dão as grandes deslocações de população, que fazem hoje parte do caderno reivindicativo palestiniano.
A maioria dos dirigentes religiosos muçulmanos da região, como o Grande Mufti de Jerusalém, colaborara com os nazis durante a guerra e não escondia a sua simpatia pelo holocausto. Cientistas nazis, ideologicamente motivados pelo seu ódio aos judeus, foram um pilar dos programas de armamento de países como o Egipto “socialista” de Nasser.»
Podemos acrescentar que outros amigos de Israel que na época lhe proporcionaram assistência para construir uma central atómica (leia-se bomba atómica), a França por exemplo, também mudaram de campo.
Moral
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.
23/03/2004
AVALIAÇÃO CONTÍNUA / CONTINUOUS APPRAISAL: Jovem, mas sábia. / Literature has no gender, she said.
Summary for the sake of
Ana Eduarda Santos, a 21 years young woman writer made her point when answered there is not a feminine literature to the sacrosanct politically correct question can we differentiate male and female literature? Despite her youth, she showed herself much more sage than grandpa Mr. Soares mourning the death of Pali Psycho Death Cult Hamas 'spiritual' leader murdered yesterday by the hate he had fed during his entire lifetime.
Secção Res ipsa loquitor
Ao contrário do doutor Mário Soares, que já tem idade para ter siso, de luto pela morte do xeque Yassin, a jovem Ana Eduarda Santos, de 21 anos, que aos 16 anos recebeu o prémio Revelação da APE pela sua novela Luz e Sombra, mostrou uma notável lucidez quando respondeu «não vejo que faça sentido falar-se duma literatura feminina» à incontornável pergunta politicamente correcta do Independente.
A Ana Eduarda merece, só por isso, dois afonsos. Ficam três de reserva para depois do Impertinente ler a sua obra.
Ana Eduarda Santos, a 21 years young woman writer made her point when answered there is not a feminine literature to the sacrosanct politically correct question can we differentiate male and female literature? Despite her youth, she showed herself much more sage than grandpa Mr. Soares mourning the death of Pali Psycho Death Cult Hamas 'spiritual' leader murdered yesterday by the hate he had fed during his entire lifetime.
Secção Res ipsa loquitor
Ao contrário do doutor Mário Soares, que já tem idade para ter siso, de luto pela morte do xeque Yassin, a jovem Ana Eduarda Santos, de 21 anos, que aos 16 anos recebeu o prémio Revelação da APE pela sua novela Luz e Sombra, mostrou uma notável lucidez quando respondeu «não vejo que faça sentido falar-se duma literatura feminina» à incontornável pergunta politicamente correcta do Independente.
A Ana Eduarda merece, só por isso, dois afonsos. Ficam três de reserva para depois do Impertinente ler a sua obra.
22/03/2004
ESTÓRIA E MORAL / SHORT STORY AND BIG MORAL: Nem todo o assassinato é terrorismo. / Not all murders are terrorism.
Summary for the sake of
Make no mistake: the murder of sheik Yassin, the mastermind of Hamas terrorist killers, is still a murder. As well as it is murder the killing of his bodyguards and accidentally other Palestinians
But it is not terrorism. See UN’s Proposed Definitions of Terrorism.
Tit for tat, should I say?
Estória
Entendamo-nos: o assassinato do xeque Yassin, chefe dos terroristas do Hamas, é ainda um assassinato. Como é ainda assassinato a morte dos capangas seus guarda-costas e de alguns outros palestinos acidentalmente atingidos.
Mas não é terrorismo de Estado como lhes está a chamar a esquerdalhada. É de Estado, mas não é terrorismo.
No site das ONU pode ler-se nas Proposed Definitions of Terrorism
"Terrorism is an anxiety-inspiring method of repeated violent action, employed by (semi-) clandestine individual, group or state actors, for idiosyncratic, criminal or political reasons, whereby - in contrast to assassination - the direct targets of violence are not the main targets. The immediate human victims of violence are generally chosen randomly (targets of opportunity) or selectively (representative or symbolic targets) from a target population, and serve as message generators. Threat- and violence-based communication processes between terrorist (organization), (imperilled) victims, and main targets are used to manipulate the main target (audience(s)), turning it into a target of terror, a target of demands, or a target of attention, depending on whether intimidation, coercion, or propaganda is primarily sought" (Schmid, 1988).
Moral
Quem com ferro mata, com ferro morre.
Make no mistake: the murder of sheik Yassin, the mastermind of Hamas terrorist killers, is still a murder. As well as it is murder the killing of his bodyguards and accidentally other Palestinians
But it is not terrorism. See UN’s Proposed Definitions of Terrorism.
Tit for tat, should I say?
Estória
Entendamo-nos: o assassinato do xeque Yassin, chefe dos terroristas do Hamas, é ainda um assassinato. Como é ainda assassinato a morte dos capangas seus guarda-costas e de alguns outros palestinos acidentalmente atingidos.
Mas não é terrorismo de Estado como lhes está a chamar a esquerdalhada. É de Estado, mas não é terrorismo.
No site das ONU pode ler-se nas Proposed Definitions of Terrorism
"Terrorism is an anxiety-inspiring method of repeated violent action, employed by (semi-) clandestine individual, group or state actors, for idiosyncratic, criminal or political reasons, whereby - in contrast to assassination - the direct targets of violence are not the main targets. The immediate human victims of violence are generally chosen randomly (targets of opportunity) or selectively (representative or symbolic targets) from a target population, and serve as message generators. Threat- and violence-based communication processes between terrorist (organization), (imperilled) victims, and main targets are used to manipulate the main target (audience(s)), turning it into a target of terror, a target of demands, or a target of attention, depending on whether intimidation, coercion, or propaganda is primarily sought" (Schmid, 1988).
Moral
Quem com ferro mata, com ferro morre.
21/03/2004
AVALIAÇÃO CONTÍNUA / CONTINUOUS APPRAISAL: Depois do socialismo, a democracia na gaveta. / Negotiate he said. Surrender he meant.
Summary for the sake of
Mr. Mário Soares former freedom champion, former socialist leader, former prime minister, former president of the Republic and former owner of a healthy mind, declared a couple of days ago that end terror demands negotiation with terrorists.
He didn’t specify what would be negotiated. Here a half dozen ideas:
+ Introduce sharia in the Portuguese Constitution
+ Mutilate the genital apparatus of Mrs. Ana Gomes, the socialist party speaker for foreign affairs
+ Adopt the Koran in the classrooms of Colégio Moderno, the school owned by Soares family
+ Decorate Mr. Being Laden in June 10th, the Portuguese national holiday
+ Open Al Qaeda’s embassy in Lisbon downtown
+ Empower Mr. Saddam as honorary governor of Algarve (Al Garb, in Arabian) the southern Portuguese region, once part of Granada caliphate.
Secção Still crazy after all these years
O doutor Mário Soares disse há dias do terrorismo que «para terminar com isso tem de se negociar com eles». Vinte anos após ter declarado solenemente, em boa hora, que era preciso meter o socialismo na gaveta, o doutor Soares pretende agora meter a democracia na mesma gaveta.
É difícil encontrar um exemplo mais definitivo de esquerdismo senil. Aqui fica um apelo à família para defender o seu patriarca de si próprio, preservando um módico de respeito que ainda possa merecer a algum português distraído, fora do círculo parkinsoniano da esquerdalhada.
Enquanto isso, dou-lhe cinco bourbons.
Mr. Mário Soares former freedom champion, former socialist leader, former prime minister, former president of the Republic and former owner of a healthy mind, declared a couple of days ago that end terror demands negotiation with terrorists.
He didn’t specify what would be negotiated. Here a half dozen ideas:
+ Introduce sharia in the Portuguese Constitution
+ Mutilate the genital apparatus of Mrs. Ana Gomes, the socialist party speaker for foreign affairs
+ Adopt the Koran in the classrooms of Colégio Moderno, the school owned by Soares family
+ Decorate Mr. Being Laden in June 10th, the Portuguese national holiday
+ Open Al Qaeda’s embassy in Lisbon downtown
+ Empower Mr. Saddam as honorary governor of Algarve (Al Garb, in Arabian) the southern Portuguese region, once part of Granada caliphate.
Secção Still crazy after all these years
O doutor Mário Soares disse há dias do terrorismo que «para terminar com isso tem de se negociar com eles». Vinte anos após ter declarado solenemente, em boa hora, que era preciso meter o socialismo na gaveta, o doutor Soares pretende agora meter a democracia na mesma gaveta.
É difícil encontrar um exemplo mais definitivo de esquerdismo senil. Aqui fica um apelo à família para defender o seu patriarca de si próprio, preservando um módico de respeito que ainda possa merecer a algum português distraído, fora do círculo parkinsoniano da esquerdalhada.
Enquanto isso, dou-lhe cinco bourbons.
20/03/2004
O IMPERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES / GIVING DETRACTORS A CHANCE: O macho de Trancoso. / The ultimate Portuguese male.
Summary for the sake of
Once I disagreed with a BlogIsland famous guru’s assertion about the so-called brave maleness of the Portuguese mild male. Now it’s my turn to be disagreed with by a frequent reader and accidental detractor who quotes a presumptive historical record to ground the idea that there are, or at least there was, brave Portuguese males.
This record tells the story of a humble Portuguese priest living in 15th century convicted to be quartered, but later indulged by the King, for fathering almost 300 children from dozens of mothers, including his own and an aunt of him
Credo quia absurdum.
Se o Abrupto continua a dar voz aos seus leitores (quase todos seus admiradores) o Impertinências continua a ir mais longe, dando voz aos seus detractores (quase todos os seus leitores).
Vem isto a talhe de foice do post Macho? Moi?, em que se demonstrou que, longe de serem machos valentões, como se queixava o Abrupto (sempre ele), os machos portugueses são bastantemente mansos.
À semelhança da esquerdalhada, que condena mas compreende o terrorismo, um leitor habitual e detractor acidental escreve que «concorda, mas há excepções».
Como exemplo, aponta o Padre Francisco da Costa, citando a putativa «Sentença proferida em 1487 no processo contra o prior de Trancoso. Do Arquivo Nacional da Torre do Tombo (Autos arquivados na Torre do Tombo, armário 5º, maço 7)», que reza assim:
«Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de sessenta e dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido com vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete filhas e trinta e sete filhos; de cinco irmãs teve dezoito filhas; de nove comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas; de sete amas teve vinte e nove filhos e cinco filhas; de duas escravas teve vinte e um filhos e sete filhas; dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas, da própria mãe teve dois filhos.
Total: duzentos e noventa e nove, sendo duzentos e catorze do sexo feminino e oitenta e cinco do sexo masculino, tendo concebido em cinquenta e três mulheres. [agora vem o melhor:] El-Rei D. João II lhe perdoou a morte e o mandou por em liberdade aos dezassete dias do mês de Março de 1487, com o fundamento de ajudar a povoar aquela região da Beira Alta, tão despovoada ao tempo e guardar no Real Arquivo da Torre do Tombo esta sentença, devassa e mais papéis que formaram o processo».
Credo quia absurdum.
Once I disagreed with a BlogIsland famous guru’s assertion about the so-called brave maleness of the Portuguese mild male. Now it’s my turn to be disagreed with by a frequent reader and accidental detractor who quotes a presumptive historical record to ground the idea that there are, or at least there was, brave Portuguese males.
This record tells the story of a humble Portuguese priest living in 15th century convicted to be quartered, but later indulged by the King, for fathering almost 300 children from dozens of mothers, including his own and an aunt of him
Credo quia absurdum.
Se o Abrupto continua a dar voz aos seus leitores (quase todos seus admiradores) o Impertinências continua a ir mais longe, dando voz aos seus detractores (quase todos os seus leitores).
Vem isto a talhe de foice do post Macho? Moi?, em que se demonstrou que, longe de serem machos valentões, como se queixava o Abrupto (sempre ele), os machos portugueses são bastantemente mansos.
À semelhança da esquerdalhada, que condena mas compreende o terrorismo, um leitor habitual e detractor acidental escreve que «concorda, mas há excepções».
Como exemplo, aponta o Padre Francisco da Costa, citando a putativa «Sentença proferida em 1487 no processo contra o prior de Trancoso. Do Arquivo Nacional da Torre do Tombo (Autos arquivados na Torre do Tombo, armário 5º, maço 7)», que reza assim:
«Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de sessenta e dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido com vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete filhas e trinta e sete filhos; de cinco irmãs teve dezoito filhas; de nove comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas; de sete amas teve vinte e nove filhos e cinco filhas; de duas escravas teve vinte e um filhos e sete filhas; dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas, da própria mãe teve dois filhos.
Total: duzentos e noventa e nove, sendo duzentos e catorze do sexo feminino e oitenta e cinco do sexo masculino, tendo concebido em cinquenta e três mulheres. [agora vem o melhor:] El-Rei D. João II lhe perdoou a morte e o mandou por em liberdade aos dezassete dias do mês de Março de 1487, com o fundamento de ajudar a povoar aquela região da Beira Alta, tão despovoada ao tempo e guardar no Real Arquivo da Torre do Tombo esta sentença, devassa e mais papéis que formaram o processo».
Credo quia absurdum.
19/03/2004
CONDIÇÃO MASCULINA / STATE OF MEN: Marta's Vineyard. / She calls the shots.
«Marta Sahagún de Fox, the wife of Mexico's president, Vicente Fox, corrected her husband after he said that she would not be a candidate to succeed him in 2006. “I haven't taken a decision yet,” said Mrs Fox.»
(The Economist, The world this week: Politics 13th - 19th March 2004)
Summary for the sake of (hoje é ao contrário)
Segundo o incontornável Economist, don Vicente, que não manda no México (deixa isso para George W.), também não manda em casa (deixa isso para dona Marta).
Se isto é no México, que na pontuação do Professor Hofstede tem 69 na dimensão masculino/feminino, será que a dona Maria José iria suceder ao doutor Sampaio, concorrendo contra a doutora Maria Cavaco para presidente dum país que tem 31 na dita?
(The Economist, The world this week: Politics 13th - 19th March 2004)
Summary for the sake of (hoje é ao contrário)
Segundo o incontornável Economist, don Vicente, que não manda no México (deixa isso para George W.), também não manda em casa (deixa isso para dona Marta).
Se isto é no México, que na pontuação do Professor Hofstede tem 69 na dimensão masculino/feminino, será que a dona Maria José iria suceder ao doutor Sampaio, concorrendo contra a doutora Maria Cavaco para presidente dum país que tem 31 na dita?
18/03/2004
DIÁRIO DE BORDO / LOG BOOK: Aterragem / Landing
Summary for the sake of
Back home, coming from nowhere land and being shattered by the announcement of a leftist infestation under the appearance of a demonstration about terrorism (meaning we condemn but we do understand, yeah).
De volta a casa, vindo dos confundó do Judas, abate-se sobre mim o anúncio da maninfestação «contra» o terrorismo que se anuncia, promovida pela esquerdalhada do condenamos (que remédio), mas compreendemos (et pour cause).
Back home, coming from nowhere land and being shattered by the announcement of a leftist infestation under the appearance of a demonstration about terrorism (meaning we condemn but we do understand, yeah).
De volta a casa, vindo dos confundó do Judas, abate-se sobre mim o anúncio da maninfestação «contra» o terrorismo que se anuncia, promovida pela esquerdalhada do condenamos (que remédio), mas compreendemos (et pour cause).
03/03/2004
DIÁRIO DE BORDO / LOG BOOK: Até o Impertinências precisa duma relaxada. / Give peace of mind a chance.
Summary for the sake of
Somewhere around 30ºS 45ºW a worried soul will rest for a while.
Algures 30ºS 45ºW uma alma atormentada repousará algum tempo. (Ainda não é desta o Piton da la Fournaise)
Somewhere around 30ºS 45ºW a worried soul will rest for a while.
Algures 30ºS 45ºW uma alma atormentada repousará algum tempo. (Ainda não é desta o Piton da la Fournaise)
CASE STUDY: Agarrados pelo amor / Addicted to love.
Summary for the sake of
Recent scientific research had confirmed what was known at least since Adam and Eve: love is a matter of chemicals, addiction and gut feelings.
For a start, love «it comes in three flavours: lust, romantic love and long-term attachment». For the good and for the evil, these three flavours come independently, what makes «possible to love more than one person at a time».
Moreover, men and women (or she-men to respect politically correctness guide lines) fall in love differently. «Men are more attracted to youth and beauty, while women are more attracted to money, education and position». No wonder «when an older, ugly man is seen walking down the road arm-in-arm with a young and beautiful woman, most people assume the man is rich or powerful.»
Since most of the folks fall in love from time to time, could we say love is a weapon of mass destruction?
Para ser honesto, os temas sobre os quais mais gosto de escrever são aqueles em a minha ignorância é grande. Por puro gozo, mas também por duas razões práticas. A primeira é que fica mais fácil escolher o tema. A segunda razão é que esta singularidade, sendo tão plural, dá algumas garantias que vou ser perdoado, pelo menos pela legião imensa dos praticantes desta religião.
Vem isto a propósito de «I get a kick out of you», um instrutivo e divertidissimo artigo do incontornável Economist. Apesar das 3 páginas do artigo, a coisa conta-se num terço de página.
Tal como sempre suspeitámos, em matérias de amor, sexo e afecto, é tudo uma questão de química, literalmente - vasopressin e oxytocin são os ingredientes para este tipo de pedradas, diz quem sabe.
É também uma questão de cartografia do cérebro. E aqui a coisa também confirma a sabedoria popular. As zonas do cérebro dedicadas ao amor e ao sexo são consideravelmente mais reduzidas do que as dedicadas à amizade. As áreas afectadas pelo amor e o sexo abrangem as dedicadas aos gut feelings e à «euforia induzida pelas drogas, tais como cocaína». E, como seria de esperar, a ressaca do sexo é semelhante à dos opiáceos.
Como o amor lacto sensu inclui a luxúria (adoro esta palavra), o amor romântico e a ligação de longo prazo, e estes 3 sentimentos são cerebralmente independentes, é possível «amar» ao mesmo tempo diferentes pessoas.
Mas o pior está para chegar. Os dois géneros (sim, os dois géneros, não há terceiro género, há é avarias nos géneros), ou, mais rigorosamente, os cérebros dos dois géneros, têm abordagem diferentes: os homens são mais atraídos pelo juventude e beleza e as mulheres pelo dinheiro, educação e posição.
Qual é a novidade? Sempre soubemos disso. As coisas só começaram a ficar confusas quando o pensamento politicamente correcto começou a contaminar a ciência genuína.
Recent scientific research had confirmed what was known at least since Adam and Eve: love is a matter of chemicals, addiction and gut feelings.
For a start, love «it comes in three flavours: lust, romantic love and long-term attachment». For the good and for the evil, these three flavours come independently, what makes «possible to love more than one person at a time».
Moreover, men and women (or she-men to respect politically correctness guide lines) fall in love differently. «Men are more attracted to youth and beauty, while women are more attracted to money, education and position». No wonder «when an older, ugly man is seen walking down the road arm-in-arm with a young and beautiful woman, most people assume the man is rich or powerful.»
Since most of the folks fall in love from time to time, could we say love is a weapon of mass destruction?
Para ser honesto, os temas sobre os quais mais gosto de escrever são aqueles em a minha ignorância é grande. Por puro gozo, mas também por duas razões práticas. A primeira é que fica mais fácil escolher o tema. A segunda razão é que esta singularidade, sendo tão plural, dá algumas garantias que vou ser perdoado, pelo menos pela legião imensa dos praticantes desta religião.
Vem isto a propósito de «I get a kick out of you», um instrutivo e divertidissimo artigo do incontornável Economist. Apesar das 3 páginas do artigo, a coisa conta-se num terço de página.
Tal como sempre suspeitámos, em matérias de amor, sexo e afecto, é tudo uma questão de química, literalmente - vasopressin e oxytocin são os ingredientes para este tipo de pedradas, diz quem sabe.
É também uma questão de cartografia do cérebro. E aqui a coisa também confirma a sabedoria popular. As zonas do cérebro dedicadas ao amor e ao sexo são consideravelmente mais reduzidas do que as dedicadas à amizade. As áreas afectadas pelo amor e o sexo abrangem as dedicadas aos gut feelings e à «euforia induzida pelas drogas, tais como cocaína». E, como seria de esperar, a ressaca do sexo é semelhante à dos opiáceos.
Como o amor lacto sensu inclui a luxúria (adoro esta palavra), o amor romântico e a ligação de longo prazo, e estes 3 sentimentos são cerebralmente independentes, é possível «amar» ao mesmo tempo diferentes pessoas.
Mas o pior está para chegar. Os dois géneros (sim, os dois géneros, não há terceiro género, há é avarias nos géneros), ou, mais rigorosamente, os cérebros dos dois géneros, têm abordagem diferentes: os homens são mais atraídos pelo juventude e beleza e as mulheres pelo dinheiro, educação e posição.
Qual é a novidade? Sempre soubemos disso. As coisas só começaram a ficar confusas quando o pensamento politicamente correcto começou a contaminar a ciência genuína.
02/03/2004
AVALIAÇÃO CONTÍNUA/CONTINUOUS APPRAISAL: A 3ª e 4ª estão mortas. Viva a 5ª Internacional./The Orphans Founding Fathers of the 5th International.
Summary for the sake of
A few years ago, the remains of communism, in Stalinist, Trotskyite and Maoist versions of theirs, had gathered together and with the queer congregation to launch a new creature of their dead minds named Bloco de Esquerda (Left Block).
In a dinner to commemorate the 5th anniversary of such alien creature, the orphans of the 3rd International, the orphans of 4th International, and the just orphans, inescapably, produced a lot of noisy flatulencies, such as the idea, to name one, of creation of a new anti-globalization International (the 5th, I guess).
Secção Padre Anchieta
O comício gastronómico do Bloco de Esquerda no passado Sábado foi pródigo em flatulência, de que se citam apenas duas e meia, com a respectiva tradução para leitores não versados em bloquês.
«Ao contrário do nacional-comunismo do PCP, o Bloco entende que os destinos e as tarefas da sociedade são indissociáveis do movimento internacional por uma globalização alternativa», disse o professor Fernando Rosas, que por um pouco não foi nosso presidente da República. Recordando com saudade os seus anos de maoísmo, continua a rejeitar o social-fascismo (era esse o nome em vigor que o professor, quando aluno, chamava às múmias comunistas) e, novidade, quer agora construir a 5ª Internacional. Para quem não se recorde, a 3ª foi extinta pelo José Estaline, pai deles todos, excepto dos adeptos da 4ª, que foi criada pelo pai do tele-evangelista, Leão Trotsky, que, por sua vez, foi mandado matar pelo exterminador da 3ª.
O professor Rosas ainda teve tempo de esclarecer os fiéis que «acabou com os tiques do centralismo democrático, com os dogmas da vanguarda, criando um movimento plural», que, diria eu, é um movimento mais singular do que plural.
«A Forza Italia do primeiro-ministro italiano Berlusconi, de um magnata que instrumentalizou o povo italiano e está a pôr a toque de caixa toda a comunicação social. É esta a fonte de inspiração de quem agora decidiu que Portugal precisa de força. Mas não passarão», disse o doutor Miguel Portas, qual Pasionaria de calças, querendo significar que o povo italiano é completamente estúpido, os jornalistas italianos um cambada de vendidos e que alguém decidiu alguma coisa no nosso país, mas que ele, doutor Portas, e os outros bloquistas, muitos deles jornalistas, interporão os seus corpos no caminho dos putativos decisores.
Podemos dormir descansados.
Para estes dois ilustres representantes da esquerdalhada vão 5 bourbons e outros 5 chateaubriands, os primeiros para premiar as almas das duas criaturas, encalhadas algures numa qualquer década do século passado, e os segundos para premiar a confusão em que estão ensopadas.
A few years ago, the remains of communism, in Stalinist, Trotskyite and Maoist versions of theirs, had gathered together and with the queer congregation to launch a new creature of their dead minds named Bloco de Esquerda (Left Block).
In a dinner to commemorate the 5th anniversary of such alien creature, the orphans of the 3rd International, the orphans of 4th International, and the just orphans, inescapably, produced a lot of noisy flatulencies, such as the idea, to name one, of creation of a new anti-globalization International (the 5th, I guess).
Secção Padre Anchieta
O comício gastronómico do Bloco de Esquerda no passado Sábado foi pródigo em flatulência, de que se citam apenas duas e meia, com a respectiva tradução para leitores não versados em bloquês.
«Ao contrário do nacional-comunismo do PCP, o Bloco entende que os destinos e as tarefas da sociedade são indissociáveis do movimento internacional por uma globalização alternativa», disse o professor Fernando Rosas, que por um pouco não foi nosso presidente da República. Recordando com saudade os seus anos de maoísmo, continua a rejeitar o social-fascismo (era esse o nome em vigor que o professor, quando aluno, chamava às múmias comunistas) e, novidade, quer agora construir a 5ª Internacional. Para quem não se recorde, a 3ª foi extinta pelo José Estaline, pai deles todos, excepto dos adeptos da 4ª, que foi criada pelo pai do tele-evangelista, Leão Trotsky, que, por sua vez, foi mandado matar pelo exterminador da 3ª.
O professor Rosas ainda teve tempo de esclarecer os fiéis que «acabou com os tiques do centralismo democrático, com os dogmas da vanguarda, criando um movimento plural», que, diria eu, é um movimento mais singular do que plural.
«A Forza Italia do primeiro-ministro italiano Berlusconi, de um magnata que instrumentalizou o povo italiano e está a pôr a toque de caixa toda a comunicação social. É esta a fonte de inspiração de quem agora decidiu que Portugal precisa de força. Mas não passarão», disse o doutor Miguel Portas, qual Pasionaria de calças, querendo significar que o povo italiano é completamente estúpido, os jornalistas italianos um cambada de vendidos e que alguém decidiu alguma coisa no nosso país, mas que ele, doutor Portas, e os outros bloquistas, muitos deles jornalistas, interporão os seus corpos no caminho dos putativos decisores.
Podemos dormir descansados.
Para estes dois ilustres representantes da esquerdalhada vão 5 bourbons e outros 5 chateaubriands, os primeiros para premiar as almas das duas criaturas, encalhadas algures numa qualquer década do século passado, e os segundos para premiar a confusão em que estão ensopadas.
01/03/2004
BLOGARIDADES / BLOGARITIES: Fusão liberal na Bloguilha. / M&A in liberal BlogIsland.
Summary for the sake of
Mergers & Acquisitions happen everywhere, even in the Portuguese BlogIsland. The newcomer Blasfémias (Blasphemes) is welcome hopping it inherits the attributes of the deceased Cataláxia, MATA-MOUROS and Cidadão Livre.
Até na Bloguilha as fusões acontecem.
Perdem-se os Blogues Impertinentes Cataláxia e MATA-MOUROS e ainda o Cidadão Livre (prazer em conhecer) e ganham-se as Blasfémias, que entram directamente para o mesmo departamento, à custa das referências daqueles dois e da produção do primeiro dia, apesar da receita do cozido à portuguesa falhar, inexplicavelmente, nos enchidos.
Mergers & Acquisitions happen everywhere, even in the Portuguese BlogIsland. The newcomer Blasfémias (Blasphemes) is welcome hopping it inherits the attributes of the deceased Cataláxia, MATA-MOUROS and Cidadão Livre.
Até na Bloguilha as fusões acontecem.
Perdem-se os Blogues Impertinentes Cataláxia e MATA-MOUROS e ainda o Cidadão Livre (prazer em conhecer) e ganham-se as Blasfémias, que entram directamente para o mesmo departamento, à custa das referências daqueles dois e da produção do primeiro dia, apesar da receita do cozido à portuguesa falhar, inexplicavelmente, nos enchidos.