É tempo de trabalhos de parto socrático.
Segundo um estudo do Serviço de Higiene e Epidemiologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, citado pelo DN aqui, «uma em cada cinco mulheres do Porto ... já teve uma interrupção voluntária da gravidez» e «nas idades inferiores a 30 anos, uma faixa etária em que o acesso aos métodos contraceptivos orais está generalizado e facilitado, as inquiridas admitem uma média superior a três abortos».
Este estudo será fiável?
Se não for, porque será tão fácil falsificar estudos em Portugal?
Se for, como explicar que mulheres jovens não usem os meios anticoncepcionais?
Se não usam por não conhecer, porque não conhecem? Não se fala disso em todo o lado, nas escolas, na televisão?
Se conhecem, porque não usam?
Não encontram? Porque não encontram? Não são vendidos preservativos à porta das farmácias, nos WC das discotecas, bares, et alia?
São impedidas de usar anticoncepcionais pelos parceiros? Os anticoncepcionais intrauterinos podem ser impedidos de usar pelo parceiro? E a pílula convencional? E a pílula do dia seguinte?
Algum meio anticoncepcional não está ao alcance das suas bolsas, no país que tem a taxa de penetração de telemóvel mais alta da Europa (95%) e onde é maior a percentagem da despesa privada em comunicações, que é tripla da educação? (A propósito, ver a ESTÓRIA E MORAL: Comunicar é preciso).
Porquê as mulheres jovens que fizeram um primeiro aborto, não usaram o dinheiro gasto com o segundo aborto, ou o terceiro, ou o quarto, ou o quinto, etc. (recorde-se que a média é 3), para comprar anticoncepcionais para o resto da sua vida fértil poupando os abortos seguintes?
(Continua)
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