O Semanário Económico publicou a semana passada duas entrevistas com as profs Fátima Barros (FCEE/UC) e Rita Campos e Cunha (FE/UN). Foram colocadas “Dez questões sobre a Gestão” às quais as duas profs. dão respostas razoavelmente congruentes, com excepção das respostas à última questão: “Há diferenças entre a gestão no feminino e no masculino?”.
Eis as duas interessantíssimas respostas que revelam visões em absoluto diferentes:
Executive summary: As coisas são o que são. Viva a diferença. Em qualquer caso no fim ganhamos nós!
«Há certamente diferenças essenciais. Mas, apesar de a gestão feminina, muitas vezes, pecar por uma capacidade estratégica e de abstracção menos arguta, por outro lado ganha uma vantagem indiscutível nas relações interpessoais e, sobretudo, nas questões negociais, pela enorme intuição e sensibilidade que tantas vezes falta na gestão masculina.»
Fátima Barros
Executive summary: As coisas não são o que deveriam ser, mas já estamos a tratar disso.
«Algumas diferenças que eventualmente existam entre gestão no feminino e no masculino, enraizadas em diferenças de educação e socialização na infância e adolescência, são, quanto a mim, suplantadas por diferenças de formação, contexto organizacional e experiências profissionais. Considero que as diferenças de género são menos significativas, pelo menos em Portugal.»
Rita Campos e Cunha
É óbvio que está em causa não a teoria da gestão (que não tem género), mas a prática da gestão.
E quanto à prática da gestão temos duas teorias. Uma que parece aderir aos factos e talvez seja cientificamente correcta. A outra talvez seja politicamente correcta, mas é equivalente à ideia que é a conspiração dos criativos com os copywriters que faz os rapazes berrarem pelos action men e as raparigas chorarem pelas barbies.
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