Secção Entradas de leão e saídas de sendeiro
O grande líder Muamar Kadafi, auto-proclamado chefe dum rectângulo de areia chamado Líbia, debaixo do qual Alá plantou um lençol de petróleo, é talvez um dos melhores exemplos de que o povo islâmico não precisa nada da globalização para se desgraçar.
Depois de se apresentar durante décadas como o paladino da revolução do 3º mundo, e semear terrorismo e atentados um pouco pelo 1º e pelo 2º mundos, Muamar, olhando para o triste começo do fim de Saddam, resolveu entregar os pergaminhos de revolucionário, admitiu ter tentado desenvolver armas de destruição maciça, prometeu não o fazer no futuro e aceitou inspecções internacionais. Tudo isto cortesia de George W., que compensa com acção a sua falta de articulação.
Ao hastear a bandeira branca Muamar mostra que tem um pouco mais de juízo do que as suas conhecidas excentricidades fariam supor.
São-lhe atribuídos três urracas, pela sua tardia mansidão, dois pilatos por ter deixado órfãos legiões de criaturas da esquerdalhada que viram nele um Sitting Bull dum qualquer general Custer, e cinco ignóbeis por fazer tudo isso pelo preço da sua cabeça. Dois afonsos a distribuir por George W. e Donald Rumspeak.
Secção Assaults of thoughts
O blogue Merde in France, membro da Internacional impertinente, escreveu a propósito da avisada posição do presidente Muamar, o seguinte (cito a versão francesa que, na circunstância, é mais saborosa, mas como Merde in France é bilingue quem preferir o inglês pode ir aqui):
"La France avait tort
La Libye annonce qu'elle démontera, de son plein gré, ses programmes de développement d'armes de déstruction massive. Les franchouilles n'avaient-ils pas déclaré que la politique américaine allait déstabiliser toute la région? On dirait que la 'déstabilisation' se produit de façon inattendue (et pour les français, non-désirée). En plus, cette décision signifie qu'il y aura un client en moins pour les fournisseurs français."
Três afonsos bem merecidos para o Merde in France.
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